Ouço que o Vale e Azevedo da política falou ontem na RTP. Não vi, não ouvi e não li nada sobre o que disse: não estou interessado. E porque não estou interessado? Porque as perguntas—estava na cara—seriam frouxas e, mesmo não o sendo, as respostas antecipáveis. Por exemplo, "deixei o Benfica naquele estado por culpa do Presidente da República e porque não aprovaram o PEC IV". Não: não era isso que eu queria dizer—estou a fazer confusão com o Vale e Azevedo. O que queria dizer era: Vivo em Londres à custa da família que me ajuda muito, dum empréstimo bancário para financiar o curso que não consegui fazer porque não meto dente naquela marmelada, e porque vendi parte dum banco que lá tinha a um artolas inglês. Ou foi em Paris? Ou era o Vale e Azevedo? Já não sei, nem interessa isso porque a ordem das personagens é arbitrária. Pode mesmo meter-se o conjunto na mesma equação, embora o resultado seja diferente. Em duas equações, vai tudo para a cadeia. Com uma só equação, um vai de cana e o outro faz charlas na televisão. O teste da maçonaria é como o do algodão: mostra sempre o lixo.
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