A questão do livre arbítrio, para voltar a a um tema que me ocupa o espírito depois de ler o livro de Sam Harris, prende-se com quase tudo nas nossas vidas: moralidade, lei, religião, política, sentimento de culpa, realização pessoal e por aí fora. O que é considerado "humano" nas nossas vidas depende do facto de nos vermos como pessoas autónomas, capazes de escolher os caminhos livremente.
Se a comunidade científica declarasse o livre arbítrio uma ilusão, haveria uma guerra comparável à desencadeada pela Teoria da Evolução de Darwin. Sem livre arbítrio, criminosos e pecadores seriam apenas "relógios mal regulados" e toda a concepção de justiça, com medidas punitivas, tinha de ser revista. Mesmo a reabilitação seria discutível porque o criminoso não teria um problema de software, mas de hardware. E o mérito individual um fenómeno "sem mérito" por decorrer de factores estruturais, sem participação significativa do indivíduo; antes um dom, ou generosidade da natureza.
Dá que pensar!
.
Sem comentários:
Enviar um comentário