A Mecânica
Quântica deve ser a ciência mais bem sucedida no tempo actual: permite
perceber com notável precisão como a radiação e a matéria se comportam, como a
corrente eléctrica passa através dos transistores de sílica nos circuitos dos
computadores, a forma das moléculas, como absorvem a radiação e por aí fora.
Quase toda a moderna tecnologia se baseia na Mecânica Quântica.
É tal ciência difícil de perceber? Claro que sim! Mas não
fiquemos diminuídos por isso—os físicos também não percebem muito bem. Citei
há dias Richard Feynman quando dizia que quem não fica confuso com ela, não
percebeu nada. Tem dois tipos de investigadores esta arte: os teóricos,
criativos especuladores abstractos que viajam em complicadas fórmulas
matemáticas; e os que metem a mão na massa e procuram maneira de confirmar experimentalmente as
teorias que os primeiros dão à luz. Vivem em convivência pacífica!
O extraordinário é como se pode construir uma teoria como
a do Big-Bang—fenómeno de há quase 14 mil milhões de anos—sem ter visto nada e
depois ir encontrando sucessivamente dados experimentais que corroboram a
teoria. Coisas como a radiação de fundo gerada nos primeiros momentos do "génesis",
a expansão permanente do universo, as quantidades relativas de hidrogénio e
hélio cósmico, e mais um par de botas.
Se um dia se comprova a correcção da teoria das cordas,
ficamos abismados. Mas talvez não seja a última vez que nos abismamos. Desde
Demócrito, que há mais de 2.500 anos falou do átomo, que não paramos de o fazer.
Porquê? Porque há sempre alguma coisa ainda mais pequena que o limite da nossa
imaginação. De loucura!
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