Na história da capuchinho vermelho, um caçador, depois de
ouvir os gritos da menina antes de ser devorada, foi ao local do crime e retirou-a
intacta do ventre do lobo mau e ainda fez o resgate da avozinha. Na versão
portuguesa, a menina saiu do bandulho da besta-fera com uma dívida de 160 mil
milhões, sem crédito internacional e com a troika à perna. É um fim menos feliz
e os portugueses não se conformam. Confortava-os a ideia de que
a besta-fera estava morta.
De supetão, dizem-lhes que o lobo ainda mexe e vem aí
outra vez, provavelmente com apetite mais devorador. O lusitano que é destemido,
segundo rezam os compêndios escolares, vacila e borra-se: tudo, menos ter a
besta outra vez a rondar a porta. Surgem
alarmes, tocam os sinos, organizam-se petições. Mas nada é
bastante para o lusitano travar a tripa cagueira e as fraldas descartáveis
esgotam.
Dizem alguns incautos que não há razão para alarme—que a
democracia aguenta, que faz parte do jogo dar corda ao animal, que este está
desacreditado. O animal está desacreditado, é verdade; mas, infelizmente, também
há muito eleitor que é animal acreditado com direito a voto.
Que fazer? Proponho que cantemos todos juntos a "Grândola",
a uma só voz, no dia em que o lobo abra
a boca para asnear na televisão paga com o suor do nosso rosto.
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Nota: Marginalmente, informo que a petição on line, a pedir a ausência da besta-fera na RTP, em cerca de 24 horas já foi subscrita por mais de 120.000 lusitanos—para ter lucidez, nada melhor que borrar a fralda!
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Nota: Marginalmente, informo que a petição on line, a pedir a ausência da besta-fera na RTP, em cerca de 24 horas já foi subscrita por mais de 120.000 lusitanos—para ter lucidez, nada melhor que borrar a fralda!
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