O Génesis, seja na versão bíblica, seja na versão
cosmológica, criou condições para o homem actual nascer, viver e morrer. Isso
aconteceu há cerca de 50 mil anos, provavelmente—uma gota de água no oceano de
vida da Terra (± 4,5 mil milhões de anos) e do universo (± 13,7 mil milhões de
anos). Tanto quanto sabemos, portanto, o homem é um fenómeno relativamente recente
no universo.
É recente e não vai durar muito—pelo menos na Terra. Esta
acaba daqui a ± 4,5 mil milhões de anos e, se o homem não tiver já desaparecido,
desaparece nessa altura. Isto é, a espécie Homo sapiens terá uma existência total
de pouco mais de 4,5 mil milhões de anos, se tudo correr bem.
A pergunta é: Como encaram os teólogos este facto? Ou
seja, teologicamente, há uma espécie com horizonte de vida finito no universo, mas com
horizonte de vida infinito depois da morte? Melhor ainda: A população de almas
no Além tem um plafond previsto, atingido quando a Terra acabar?
Serve isto para pedir aos teólogos que nos expliquem
porque todos os seres surgidos na Terra voltam simplesmente ao pó de estrela
quando morrem, mas há um deles que volta ao pó mas sobrevive, até ao dia
em que deixa simplesmente de existir "cá" e, por isso, deixa de ir para "lá". Não sei
explicar e gostava de saber. Assim como gostava de saber porque, tendo o homem 50 mil anos, as revelações divinas, quando ocorreram, só se verificaram há tão pouco tempo. Só pergunto. Não quero provocar ninguém.
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