Pitágoras de Samos, cerca de 540 anos AC, iniciou o movimento racionalista da Filosofia, decorrente da sua paixão pela Matemática. Demonstrou como a Matemática podia ajudar a formular teorias científicas e, curiosamente, aplicou-a inicialmente à música. Usando um instrumento apenas com uma corda sujeita sempre à mesma tensão, verificou que, alterando o seu comprimento para metade, criava uma nota uma oitava mais alta, mas em harmonia com a do comprimento inicial, o que não acontecia se a relação entre os dois comprimentos não fosse harmónica também, por exemplo 15/37.
Pitágoras acreditava que tudo são números e que eles tudo
governam, inclusivamente os corpos celestes. Poeticamente, defendia que o
movimento do Sol, da Lua e dos planetas no céu geravam notas musicais
particulares e harmónicas, determinadas pela dimensão das suas órbitas. Então, concluía
que as órbitas, tal como as notas, têm de ter proporções numéricas específicas
para o universo ser harmónico.
Talvez a ideia de Pitágoras não fosse tão poética como
parecia. A ciência moderna mostra que teorias científicas muito complicadas,
habitualmente não colhem, facto expresso na célebre frase do físico Berndt
Mattias―já aqui citada―de que, se virmos uma fórmula que ocupa um quarto de
página, o melhor é esquecê-la porque está errada: “a natureza não é assim tão
complicada”, dizia ele.
Afortunadamente, Pitágoras fez escola e os sucessores
melhoraram o método. A ciência sofisticou-se até chegar ao cálculo do diâmetro
do Sol, da Lua e da Terra, sem telescópios espaciais Hubble, sem estações
espaciais internacionais, sem telescópios de RX Chandra, sem radiotelescópios,
blá, blá, blá―apenas papiro e pena de pato. Ah ganda Pitágoras!...
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