É hoje consensual que o Homo sapiens é o produto de múltiplos fenómenos evolutivos
no passado, a partir do primata chimpanzé. Todas as formas observadas, desde o chimpanzé
até nós, designam-se genericamente por hominídeos. Neste momento, o único hominídeo
conhecido é o homem, sócio do Benfica, votante no Passos Coelho, assíduo espectador
de telenovelas, jogador da selecção nacional de futebol, deputado da nação e outras
coisas e qualificações mais recomendadas, ou menos. Até aqui vai tudo com vento
de ré.
O problema põe-se quando se pergunta quão directamente
se fez tal percurso; isto é, quantas vias existiram, por exemplo, no percurso
entre a Lucy—fóssil de Australopithecus
afarensis com 3,2 milhões de anos—e Cristiano Ronaldo. Não se sabe. É bem possível
que o chimpanzé original nosso avô tenha originado uma ou várias árvores genealógico-evolutivas
e, no caso de serem várias, estas se tenham por sua vez bifurcado, trifurcado,
quadrifurcado, rebabá, até número não identificado de espécies de hominídeos.
Se assim aconteceu, foram todas eliminadas pela selecção natural, sobrevivendo
apenas uma que é a nossa—o homem, auto-intitulado sapiens.
Mas a evolução pode ter sido mais directa e menos
rococó, tipo Benfica a ganhar campeonatos e taças, ou seja, em linha recta e
correcta. Neste caso, a natureza teria sido menos redundante e mais económica e
inteligente. Haveria quase uma seta, eventualmente com alguns penachos laterais
inconsequentes, entre o símio e o homem, a que poderíamos chamar economia de
meios.
Mas tudo leva a crer que não. Terão sido ensaiadas
várias possibilidades, antes de chegar a nós. Estudos recentes de fósseis
humanos mostram mais de uma dúzia de espécies diferentes de hominídeos nos
últimos quatro milhões de anos. Significa isto que somos a obra prima da natureza—o
que inclui o Tozé Seguro, o Zezito, Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva e,
claro, todos os meritíssimos conselheiros do Tribunal Constitucional.
E pela evolução biológica não vai nada? TUDO!... Hip, Hip,
Urrah!...
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