sábado, 14 de junho de 2014

PIRILAMPOS E PIRILAMPAS

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Haverá pouca gente que não tenha visto já pirilampos; e falo no plural porque há várias espécies diferentes, embora semelhantes. Primeiro é preciso explicar a quem não sabe que a luz é devida à reacção do ar com um composto chamado luciferina, presente no abdómen do insecto, fenómeno dito de bioluminescência.  Modificando a posição do abdómen, o pirilampo consegue fazer variações nas características da luz—mais ou menos intensa, intermitente ou não e por aí fora, quase como Código Morse.
Tem duas funções principais tal sinalização. Primeiro serve para avisar os predadores de que sabe muito mal e não presta como alimento. Contudo, há algumas rãs que não se importam e os comem, às vezes tanto que ficam elas próprias com a barriga a emitir luz. Depois é uma proposta amorosa, um convite ao acasalamento.
Mas, como sempre nestas coisas de acasalamento em qualquer espécie da biosfera, incluindo o Homo sapiens, há perigos associados. Algumas fêmeas de pirilampos imitam a sinalização de outras espécies para atrair machos e comê-los. Estão a ver? Tal e qual como alguns papalvos comidos até ao tutano.
A fotografia em cima é da autoria de um senhor chamado Tom Wildoner e foi feita com tempo de exposição de 30 segundos (não confundir com as estrelas que se vêem!). A da esquerda é de uma "pirilampa".
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