Há 4 ou 5 anos, Ricardo Salgado dizia a Filipe Pinhal, do BCP: "A lamentável comédia no seu banco pôs em causa a credibilidade do sector e do País". Sabemos agora que, afinal, nos BES de Salgado não havia qualquer tipo de comédia porque aquilo era um drama de faca e alguidar.
Hoje, Fernando Ulrich,
presidente do BPI, mais conhecido por "ai aguenta, aguenta", declarou
para quem o quis ouvir que o BES é um desastre comunicacional e que "é preciso
retirar este abcesso que agora
surgiu nesta caminhada de prestígio do País".
Desde logo, temos de medir a temperatura ao homem porque
deve estar a delirar: caminhada de prestígio do País, diz ele! Depois, há que aguardar para saber quem será o próximo banqueiro a falar e o que dirá.
Porque a banca nacional, está mais que visto, é um conjunto de fiascos a reagir
em cadeia e o próximo alvo será provavelmente o BPI.
Diz-se que a melhor defesa é o ataque e os bancos
adoptaram a táctica—atacam o vizinho para disfarçar a desgraça doméstica. Mas se
isso dá resultado no futebol, é duvidoso que se aplique a bancos. Por mim,
sempre que ouço um banqueiro dizer mal de uma comadre, aconselho os
depositantes desse banco a tirarem de lá o dinheiro.
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