Daniel Bessa, antigo ministro do Governo de Guterres, tem 66 anos e não estou certo se está lúcido ou xexé—às vezes dá no cravo, outras vezes treslê. Ontem—não sei em qual destas qualidades—disse que o responsável máximo do fado que vivemos actualmente é um "banqueiro central" que estava no Banco de Portugal (leia-se Vítor Constâncio).
Mas mais disse Bessa: o Zezito, a quem chamou
"engenheiro Sócrates", comportou-se "como aquele egípcio que tomou os comandos do Boeing e se precipitou sobre as Torres Gémeas". De acordo com a
conversa, "o Boeing já ia a caminho e o Zezito, no cumprimento de um guião
qualquer, sentou-se ao comando, acelerou quanto pôde e, connosco lá dentro, enfiou-se
contra as torres". Tal e qual!
Chegado aqui, começo a suspeitar que Bessa estava a
atravessar um momento de lucidez quando assim falou. Na realidade, só num País
que deixa um cidadão à solta e a dirigir um banco privado depois de sonegar
milhões ao fisco é que um artista como o Zezito continua a ter direito a votar,
a entrar em restaurantes e outros lugares públicos, até a dar palpites
políticos na televisão, sem que ninguém de direito o chame à responsabilidade.
Em cerca de seis anos, quase duplicou a dívida da República,
deu rios de dinheiro a ganhar a gente cujo trabalho não serviu para nada,
deixou pendentes problemas sem solução e, quando o Ministro das Finanças chamou
á sua revelia os abutres internacionais para não morrermos de fome, deu de
frosques.
Só de pensar que gente como ele fica na História é de morrer.
Infelizmente, não se vislumbram historiadores com talento bastante para
descrever com justeza os montes de merda que deixou atrás de si.
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