A historiadora Raquel Varela considera que "começa a
haver uma escassez de recursos para dividir o bolo por todos os de cima—o
sector industrial, financeiro e bancário" e que essa situação tem
"reflexo dentro dos partidos políticos que estão mais ligados ao poder:
PSD e PS. Vai mais longe e aponta o caso da crise interna do PS: "Já não
há dinheiro para dividir por todas as fracções da burguesia portuguesa. As
lutas em torno dos bancos aparentemente nada têm a ver com as do PS, mas podem
ter mais a ver do que pensamos". Isto lê-se hoje no "Diário de
Notícias".
Um dos comentadores da peça diz assim: "Alguém
consegue compreender porque é que Costa avançou neste momento? Quando o PS a
seguir a Sócrates perdeu, ficou-se nas covas. Deixou que os militantes do PS
escolhessem Seguro, que este trabalhasse no duro com duas vitórias eleitorais,
e agora avança porque quer ganhar por mais votos. É este o motivo porque
avança, ou seja, diz que pode ganhar por mais do que Seguro. Numa altura em que
os portugueses votam por protesto (como o voto em Marinho e Pinto), Costa quer
enganar quem ao dizer que consegue uma maioria absoluta, ele que anda apoiado
pela tralha socrática, os boys, barões, ex-líderes do PSD e agora comentadores,
o poder instalado?"
Mas o espírito sintético é a coisa mais linda que conheço
em matéria intelectual—outro comentador diz apenas assim: "Não há gamela
para tanto suíno. Aos anos que ouço isto."
Tal e qual; não precisa dizer mais!
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