terça-feira, 31 de maio de 2011

OS GRANDES VELEIROS

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"HMS Victory"
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O "HMS Victory", navio-almirante de Nelson em Trafalgar, apareceu ontem aqui em pintura. Volta hoje em fotografia actual feita em Potsmouth, onde fuciona como museu. Lançado à água em 1765, continua ao serviço pelo que é o navio mais antigo da Royal Navy.
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BEM ESCREVER

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D. Francisco de Almeida foi o homem escolhido para governador da Índia, constituída em vice-reino. Das três sucessivas fisionomias que o império português no Oriente apresenta, é ele quem lhe imprime a primeira; dos três vice-reis mais notáveis, é ele o primeiro também. Sem o heroísmo antigo de Albuquerque, um Aníbal; sem a. simpática pureza ingénua de um Castro, imitador fiel dos tipos de Plutarco; Francisco de Almeida, valente como soldado, hábil como almirante, é sobretudo um estadista.
Pondo de parte o merecimento absoluto dessa política comercial, fecundo sistema de explorar uma região inteira, fielmente executado mais tarde e com tamanho êxito pelos holandeses, o facto é que, para conseguir o fim desejado de roubar aos árabes o império, e a venezianos e árabes o comércio do Oriente, a política de Francisco de Almeida, sem grandeza, é lúcida, perspicaz e forte. O governo da Índia formou três grandes homens: Castro, que se pode dizer um santo; Albuquerque, a quem melhor cabe o nome de herói: Almeida, que é um sábio administrador, um feitor inteligente.
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Oliveira Martins in "História de Portugal"
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EXPOSITOR DO BRÁS E BRÁS?

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Desfile de unidade da marinha da União Indiana
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JANELA ROMANA

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Bela fotografia: Não sou o autor mas gostava!...
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FALA COMIGO

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Os astrónomos olham o passado de forma impossível para os outros seres humanos. Vemos as coisas como elas eram quando emitiam luz, e isso pode ser há muito tempo se olhamos para coisas muito distantes. A velocidade da luz, embora finita, é imensa do ponto de vista humano. Vemos a estrela mais próxima como ela era há 4 anos, o centro da nossa galáxia como era há 25 mil anos e, se olhamos para o limite visível do universo, estamos a olhar para quase 13,7 mil milhões de anos antes de nós. Os geólogos observam rochas velhas, os historiadores velhos documentos; mas os astrónomos, com os seus telescópios, viajam realmente para trás no tempo.
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Este texto é um excerto da introdução ao livro publicado pela American Academies Press intitulado “Forging the Future of Space Sciences”, cujo autor é John C. Mather, astrofísico sénior do Laboratório de Cosmologia da NASA, no Centro de Voo Espacial Goddard. Não tem nenhuma novidade, mas aborda um aspecto curioso, de que não nos lembramos habitualmente: o facto dos astrónomos trabalharem com imagens vistas hoje, mas desaparecidas há muito tempo; isto é, são historiadores do cosmos numa perspectiva temporal diferente que dá para pensar. De toda a matéria se pode fazer arte, neste caso literatura – “basta” ter inspiração.
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O TROMBONE DA DEMAGOGIA

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Os filhos do Zézito andam no Colégio Moderno e na Escola Alemã. As filhas de Passos Coelho frequentam a escola pública.
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'THE SANDY BUNKER'

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PLANO B? QUAL 'B'?

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Na primeira metade da próxima legislatura vão concentrar-se todas as medidas restritivas e reformas no funcionamento da economia, de tal forma que, em fins de 2013, se torne visível que a dívida parou de crescer e o crescimento económico dá sinais claros de começar a acelerar. Só assim o País sairá da armadilha da dívida, na qual se acha agora enredado.
Para concretizar as tais 251 medidas vai ser necessário ser preciso, rápido e muito eficiente, sem sofrer travagens ou reversões de política por falta de uma base de apoio político suficiente. Nesse sentido, o líder do CDS, quando apela à redução do clima crispado da retórica eleitoral, situa-se na posição-chave de quem tem um aliado preferencial, mas não desdenha o diálogo político construtivo e alargado, mesmo com quem não queria, se as urnas a isso obrigarem. Paulo Portas, politicamente sábio e hábil, tem claramente um plano B, mesmo que, por eventual cálculo eleitoral, não o enuncie abertamente.
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Isto lê-se no Editorial de hoje do “Diário de Notícias” e significa que o CDS pode contribuir para a sobrevivência política do Zézito. Em caso de derrota do PSD, não fica arredada a hipótese de o governo continuar a ser exercido pelo PS, ainda que sem Zézito no governo mas na condução política do principal partido de uma coligação. É bom pensar bem nisto antes de votar.
Como já disse, qualquer que seja o governo saído destas eleições vai ser um executivo medíocre, pois a qualidade dos potenciais protagonistas não permite esperar melhor. Uma coisa, contudo, deve ser garantida: que gente perigosa como o Zézito, mas também Silva Pereira, Santos Silva, Vieira da Silva e outros que tal, sejam afastados da área da governação. É a prioridade; mas o CDS, eventualmente o partido com gente de melhor qualidade neste momento, não dá sinal claro de isso acontecer. Embora Portas diga que não governará com o Zézito, não afasta com clareza outros cenários perigosos, nomeadamente a sobrevivência política da personagem, fora do governo mas no PS a influenciar a política nacional.
Como diz Ferreira Leite, mais importante que encontrar um novo Primeiro-Ministro, é afastar o actual, homem intelectual e culturalmente nulo, e perito em explorar a ingenuidade e falta de senso e esclarecimento do eleitorado, acrescento eu. Concentremo-nos, por ora, em afastar o que não presta.
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segunda-feira, 30 de maio de 2011

CASCAIS

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Largo do Visconde da Luz
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JUDEUS: RAÇA SUPERIOR?

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O chamado povo judeu é matéria de controvérsia há séculos, e continua a ser na actualidade pelas razões diariamente estampadas na comunicação social. A pergunta clássica é se os judeus constituem uma raça, eventualmente com qualidades intelectuais acima da média da humanidade, ou se representam simplesmente uma cultura ou religião.
Hoje deparei-me com o  trabalho publicado sobre a matéria, há cerca de um ano, no "American Journal of Human Genetics" em que os autores fazem o estudo do perfil genético de milhares de judeus, comparando-o com outros tantos milhares sem relação com aquele povo. E a conclusão que tiram é de que os actuais 13 milhões de judeus são oriundos de três áreas: os sefarditas, de Portugal e Espanha, depois espalhados pelo Norte da Europa e África, após a expulsão pelos católicos; os ashkenazi, do Norte da Europa,
predominantemente da região da Alemanha – representam 90% dos judeus americanos e 50% dos de Israel; e os orientais, do Médio-Oriente.  Mas todos têm património genético comum, mais próximo entre eles que de qualquer outro grupo étnico.
É natural assim que judaísmo seja raça, e não cultura, ou religião. Raça superior intelectualmente? Tal é matéria mais complicada e delicada. É possível a superioridade genética, sem dúvida; mas não é de excluir a influência cultural e religiosa, estas por sua vez, condicionadas por situações sociais enfrentadas pelo povo ao longo de séculos. A exclusão social e a hostilidade das instituições podem ter criado condições para a resistência através do esforço e progresso cultural. A diáspora, por exemplo, a exigir a aprendizagem de mais uma língua além da própria; e, por outro lado, a tradição religiosa de ler textos sagrados na liturgia levando ao desaparecimento do analfabetismo muito cedo historicamente; bem como a necessidade de enveredar por profissões com exigências mentais maiores, são razões para explicar o progresso intelectual mais acelerado. E nestas coisas de estado da evolução intelectual, o tomar o lugar da frente dá mais do que qualquer outra posição cimeira a garantia de o conservar. Quem consegue chegar-se à frente culturalmente, só em casos raros e muito especiais perde o lugar.
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Em cima, à direita, mapa da origem dos judeus; à esquerda, o Decreto de Alhambra dos Reis Católicos, a expulsar os judeus de Espanha.
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PONTO DE VISTA

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Praia dos Pescadores - Cascais
 
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Cabo Raso
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RECAPITULANDO

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PERGUNTAS COM RESPOSTA

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Da leitura dos jornais resulta informação, mas também matéria para reflectir. Especialmente quando ficam interrogações.
Por exemplo, no “Expresso” desta semana há, pelo menos, cinco perguntas para pensar:
1 - Vão os reformistas deste País perceber um dia que não há pressão financeira externa que substitua completamente o debate político interno?
Rui Ramos
2 - O prof. Marcelo, preclaro oráculo da nação, não tem as mãos sujas como Sócrates, mas esta crise também tem a sua assinatura. Na última década, o nosso espaço público não discutiu ideias. Discutiu tácticas e timings. A culpa disto não é do povo, é dos Marcelos Rebelos de Sousa. Alguém se lembra de uma convicção profunda de Marcelo?
Henrique Raposo
3 - A personalidade e estilo de Sócrates são importantes na hora de decidir (o voto), sabendo que o país precisa de esforços conjuntos para superar a crise?
4 - O Estado Social fica em risco com o PSD ou o Estado Social está em risco com a crise que o país sofre?
Henrique Monteiro 
5 - Descodificando: no segundo trimestre deste ano, ou seja, daqui a pouco mais de um mês, há medidas que já devem estar em execução. Os nossos políticos não têm consciência disto, pois não?
Nicolau Santos
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ANDORRA

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Fim de tarde, Dezembro 2008
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A RIFA DO ZÉZITO

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O inefável Dr. Soares, o da marração na chanceler alemã, em Sarkosy, nos mercados, nos especuladores internacionais e nas agências de rating, o socialista caviar, disse ontem uma coisa intrigante:  Não creio que haja bom senso se o povo português não perceber que este não é o momento de deixar cair José Sócrates, é o momento de o pôr no lugar onde está.
O Dr. Soares acha que “deixar cair” o Zézito tem de ser, embora não esteja de acordo que seja agora. Esqueceu-se de dizer quando deve “cair” o Zézito, e isso é importante. Por favor Dr. Soares, esclareça rapidamente quando pensa ser o momento: é que andamos ansiosos por o rifar e, se se perde muito tempo, arriscámo-nos a que ninguém compre uma rifa.
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domingo, 29 de maio de 2011

OS GRANDES VELEIROS NA PINTURA

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O navio-almirante de Nelson na batalha de Trafalgar
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CONFRATERNIZAÇÃO DE EX-MILITARES

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Realizou-se hoje em Torres Novas um encontro de antigos militares que prestaram serviço em Timor. Com a presença da embaixadora Natália Carrascalão, no Pavilhão dos Desportos, teve lugar a cerimónia do hastear da bandeiras de Timor, Portugal e do concelho de Torres Novas, a que se seguiu uma sessão de boas-vindas, missa e almoço de convívio.
Não digo que tenha sido oportunidade de encontrar antigos companheiros das "campanhas" de Timor - já fez mais de 40 anos que lá estive - mas foi estimulante encontrar muitos ex-militares que também prestaram seviço naquela terra, de algum modo também "nossa".
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APONTAMENTOS HISTÓRICOS

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Inundações do Rio Sena, em Paris, no mês de Janeiro de 1910
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Deputados dirigem-se de barco para a sessão da Câmara


Boulevard Diderot
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sábado, 28 de maio de 2011

VAMOS RIFAR O ZÉZITO

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Ferreira Leite não é popular, não é simpática, não tem jeito para os rituais da política, e comporta-se como um elefante na loja de porcelanas. Mas atira certeiro e normalmente na mouche.  Esta noite, num jantar em Barcelos, seguiu a regra e fez o pleno nas afirmações. Por exemplo:

1 - Pessoalmente, dada a atitude do engenheiro Sócrates, nem tranquila fico se ele ficar na Oposição. Será que, perante tudo isto, ainda há algum português que acredita naquilo que diz o engenheiro Sócrates?

2 - Eu confesso o meu grande objectivo. A grande necessidade que sinto para o país é que este Primeiro-Ministro vá embora. O actual Governo nunca soube governar a pensar no país, mas sempre na forma como havia de manter o poder.

3 - Não ando à procura de um Primeiro-Ministro, eu ando à procura que o engenheiro Sócrates saia de Primeiro-Ministro. O engenheiro Sócrates deixa entender que não irá cumprir o acordo com a troika.

4 - Ataca o PSD naquilo que o PSD diz que vai fazer para cumprir esse acordo, mas não diz nunca aquilo que faria caso ganhasse as eleições. É totalmente irresponsável para levar o país a ficar mal visto perante as instâncias internacionais.

Verdades indiscutíveis. Mas há uma que vem direita às minhas preocupações: tal como Ferreira Leite, também não ando à procura de um Primeiro-Ministro, mas à procura de me desfazer do Zézito. Quem quer que venha vai ser mauzito, mas mesmo o rato Mickey será melhor. Suspeito que nunca uma nulidade assim, em mais de oito séculos de História, esteve à frente de Portugal.
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VESÚVIO

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Um buraco preto e cinza, no fim de uma escalada de morrer!
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O MILAGRE DO BEATO E DO SANTO

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Pedro Mexia é um intelectual que estimo e aprecio pela qualidade do pensamento, pela sobriedade do perfil e pelo estilo. Hoje fala no “Expresso” da beata Maria Clara do Menino Jesus, de seu nome Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque, sua familiar beatificada recentemente no Estádio do Restelo.
A respeito da santidade diz Mexia ser actualmente vista pela sociedade laica como uma excrescência medieval, embora a noção de santidade não se afaste da de “vida boa”, ou virtude cívica. Mexia não é crente, tanto quanto percebo, mas é inteligente e sensato, e sabe passar por cima do acessório para valorizar o essencial: o mérito de uma vida dedicada à missão louvável de ajudar os outros.
Mas o que queria comentar é a passagem em que se refere ao milagre nos requisitos do processo canónico de beatificação ou santificação. E diz: «julgo honestamente que a sujeição das beatificações e canonizações à prova do milagre enfraquece a ideia de santidade”. [...] O “milagre” [...] torna a santidade vivida uma santidade “incompleta”, dependente de algo mais». E acrescenta mais à frente: «O milagre propriamente dito, mesmo para quem acredita em milagres, parece um acto espalhafatoso, que acentua a dimensão sobrenatural mas que perde de vista que um santo é alguém que vive no mundo, alguém que todos nós podemos ser, através de instrumentos humanos, comuns, naturais e explicáveis».
Isto é, se bem entendo: o padrão de uma vida vale muito mais do que o episódio miraculoso, muitas vezes - talvez excessivas vezes – discutível, contestável e duvidoso; e perfeitamente dispensável. Talvez factor para desacreditar o mérito da santificação, em vez de o enaltecer. É bom começar a pensar em acabar com tal exigência do Direito Canónico, penso eu e muito boa gente.
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ALGURES EM TERRAS DA CATALUNHA

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DEMOCRATAS OU JACOBINOS?

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Já percebeu quem visita este diário que ler ou ouvir falar de “ética republicana” me deixa um nadinha irritado – porque é a insinuação de que há várias éticas, e há uma privativa da República. Qualquer que seja o ideal do cidadão, é tal prosápia inaceitável, especialmente quando bolsada por gente da estirpe que implantou o regime republicano em Portugal, seja Mário Soares, Manuel Alegre, Almeida Santos, ou outro dinossauro do género.
Vem isto a propósito da edição de selos dos CTT onde se lê, num deles: História das Liberdades. Em 1910 a notícia da implantação da República foi acolhida com manifestações de entusiasmo popular; e noutro, História das Liberdades. Na República Portuguesa cada um é senhor de conduzir o seu destino, o que merece ser festejado.
Acho isto manifestação de serôdio provincianismo, provocação gratuita e fora de tempo a quem não comunga a fé republicana, e exaltação da visão de que a liberdade só é possível com a República, o que muitas vezes não é verdade. Por isso saúdo a crónica de Maria Filomena Mónica no “Expresso” de hoje a respeito da matéria, onde se recordam coisas que também deviam figurar em edição de selos dos CTT.
Diz a cronista:

[...] «Durante a Monarquia, a República significou quatro coisas: "bacalhau a pataco", o derrube da "tirania", a expulsão da "reles canalha da batina" e o sufrágio universal. Era isso que a propaganda prometia. Depois, embora o rei tivesse desaparecido e os padres fossem humilhados, nem a alimentação ficou mais barata, nem os trabalhadores puderam votar em maior número, nem as liberdades aumentaram. Dois meses após a queda do regime monárquico, quando ingenuamente os operários começaram a reivindicar uma vida melhor, a República promulgou uma lei restritiva das greves, que passou à História como o "decreto-burla".
A mudança tão pouco favoreceu a participação política. Uma vez no poder, os republicanos perceberam que, se dessem o voto a todos os portugueses, seriam derrotados, uma vez que os camponeses jamais votariam neles. Daí a lei eleitoral de 1913, a qual, a pretexto de combater o "caciquismo", retirou o voto aos analfabetos, ou seja, à maioria da população. O número de recenseados desceu logo para metade: de 846.801 passou a 395.038, a proporção mais baixa desde 1860. À medida que a República mostrava a sua verdadeira face, o eleitorado de Lisboa desinteressava-se do voto. A abstenção que, em 1911, fora de 13%, subiu, em 1919, para 80%.
Há pior: a República começou a prender indivíduos sem os julgar. Em meados de 1912, existiam 2.382 presos políticos, muitos deles operários que haviam participado na greve geral de Janeiro desse ano». [...]
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É de todo aceitável que quem tem convicções republicanas as manifeste e defenda. Mas deve fazê-lo de forma decente e desapaixonada, sem comportamento provocatório de quem tem o exclusivo da virtude, e sobretudo sem insinuações deselegantes a quem não é republicano. Acabe-se de vez, por favor, com as referências demagógicas - estilo cassette Zézito - à Monarquia, e reconheçam-se honestamente as pessegadas que os republicanos  têm feito, e continuam a fazer, nesta Pátria que já foi nossa, antes de ser República.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

OS GRANDES VELEIROS

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"Tenacious"
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O “Tenacious” é um dos dois navios construídos especificamente para poderem ser manobrados por deficientes. O outro é o “Lorde Nelson”. Pertencem ambos à mesma instituição, a inglesa Jubilee  Sailing Trust (JST). É o maior navio de madeira construído no Reino Unido nos últimos 100 anos e foi lançado à água em 2000. Barca de três mastros, tem tripulação de 10 membros, podendo acolher 40 instruendos. Com 65 m de comprimento, boca de 10,6 m, e calado de 4,6 m, possui 21 velas e o total de pano de 1.217 m2.
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CASA MILA, 2006

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Gabinete da Casa Mila, em Barcelona, projectada por António Gaudi.
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O BRASILEIRO 'TORNA-VIAGEM'

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Há longos anos o Brasileiro (não o brasileiro brasílico, nascido no Brasil – mas o português que emigrou para o Brasil e que voltou rico do Brasil) é entre nós o tipo de caricatura mais francamente popular. Cada nação possui assim um tipo criado para o riso público. As comédias, os romances, os desenhos, as cançonetas espalham-no, popularizam-no, desenvolvem-no, aperfeiçoam-no, e ele torna-se o grotesco clássico – que chega a ser motivo de ornato industrial, cinzelado em castiçais, aguarelado em caixas de fósforos, torneado em castões de bengala. A França tem o inglês de coco diminuto na nuca, de larga e aguda suíça em forma de costeleta alourada, dentuça taluda, colarinho alto como um muro de quintal, rabona de xadrezinho, pé largo como uma esplanada, e ar lorpa: ultimamente tem a mais o prussiano, de imenso bigode na focinheira, cabelo em bandós, capacete em bico, um sabre prodigiosamente insolente e um relógio de sala roubado debaixo do braço!
Nós temos o Brasileiro: grosso, trigueiro com tons de chocolate, pança ricaça, joanetes nos pés, colete e grilhão de oiro, chapéu sobre a nuca, guarda-sol verde, a vozinha adocicada, olho desconfiado, e um vício secreto. É o brasileiro: ele é o pai achinelado e ciumento dos romances românticos: o gordalhufo amoroso das comédias salgadas: o figurão barrigudo e bestial dos desenhos facetos: o mandão de tamancos, sempre traído, de toda a boa anedota.
Nenhuma qualidade forte ou fina se supõe no brasileiro: não se lhe imagina inteligência, como não se imaginam negros com cabelos louros; não se lhe concede coragem, e ele é, na tradição popular, como aquelas abóboras de Agosto que sofreram todas as soalheiras da eira: não se lhe admite distinção, e ele permanece, na persuasão pública, o eterno tosco da Rua do Ouvidor.
O Povo supõe-no o autor de todos os ditos celebremente sandeus, o herói de todas as histórias universalmente risíveis, o senhor de todos os prédios grotescamente sarapintados, o frequentador de todos os hotéis sujamente lúgubres, o namorado de todas as mulheres gordalhufamente ridículas.
Tudo o que se respeita no homem é escarnecido aqui no brasileiro. O trabalho, tão santamente justo, lembra nele, com riso, a venda da mandioca numa baiuca de Pernambuco; o dinheiro, tão humildemente servido, recorda nele, com gargalhadas, os botões de brilhantes nos coletes de pano amarelo; a pobreza, tão justamente respeitada, nele é quase cómica e faz lembrar os tamancos com que embarcou a bordo do patacho Constância, e os fardos de café que carregou para as bandas de Tijuca; o amor, tão teimosamente idealizado, nele faz rir, e recorda a sua espessa pessoa, de joelhos, dizendo com uma ternura babosa – oh minina!
De facto, o pobre brasileiro, o rico torna-viagem, é hoje, para nós, o grande fornecedor do nosso riso.
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Eça de Queirós in "Uma Campanha Alegre"
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TEATRO MASSIMO

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Palermo, 2006
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O BURACO NEGRO

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"Tive que tomar muitas medidas difíceis, que puseram em causa a minha popularidade, mas o dever de um governante é estar à altura dos tempos, é nunca recusar as medidas para defender o interesse geral".
Quem disse isto, quem foi?
António de Oliveira Salazar?
Errado!...
Foi o Zézito!
Destruiu a popularidade, mas esteve à altura dos tempos, como é dever de um governante!
E nunca recusou medidas para defender o interesse geral!
Por isso, fica na História de Portugal ao lado do Marquês de Pombal, embora injustamente: o Marquês só teve um terramotozinho; o Zézito teve um buraco negro, coisa do domínio da Astronomia.
Ah ganda Zézito!...
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ANDORRA - 2008

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O SILVA ESTÁ INSATISFEITO

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O inefável, inimitável, incomparável, admirável e impagável Silva, o da Defesa, da Educação, da Cultura, dos Assuntos Parlamentares, da Propaganda, da Doutrinação Esquerdina, da Malhação na Direita, falou. E que disse o Silva? Pois, em verdade vos digo, coisas importantes. Que estava insatisfeito com as declarações do Coelho sobre os acontecimentos de ontem em Faro, em que o Zézito quase levava uns “caldos” de manifestantes hostis ao PS – há por aí gente que não gosta do PS, perceba-se lá porquê!
Então, o Silva, o da Defesa, da Educação, blá, blá, blá, acha que as declarações do Coelho não chegam, porque são demasiado ambíguas. Coelho devia vestir um burel, pôr o baraço ao pescoço e, descalço, deslocar-se ao Largo do Rato para oferecer a vida ao Silva – no mínimo! Aliás, o Zézito também não se conforma com a falta de reparação da afronta sofrida. Cesse tudo quanto a história dos últimos seis anos canta sobre a governação do Zézito, porque um novo problema grave se alevanta: o Zézito ia levando um tabefe.
O Silva, mais o Zézito, esgotaram a cassete. Já ninguém compra aquela música e não está fácil compor uma nova. Então, improvisam-se acordes: hoje faz-se um caso com a actuação de arruaceiros no Algarve e amanhã diz-se que o Coelho bate na avó e o Portas cospe na sopa. O que não se diz é como vamos sair do buraco em que o Zézito, mais o Silva, o Pereira, o Teixeira e todas essas nulidades nos meteram. E isso é que nós queríamos saber, mas não sabemos. Estamos pouco interessados em tomar conhecimento de que alguns rufias querem acertar as contas com o Zézito.
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

MALEMA

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A CORRIDA DOS CÁGADOS

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Alegremente, a Grécia falhou as metas de redução do défice em 2010 e, tudo o indica,  falha a redução contratada para este ano. Em consequência, o FMI vai “fechar a torneira” da ajuda financeira, a União Europeia não está receptiva à ideia de substituir o FMI, e o País vai morrer de fome - ou perto disso.
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Portugal entrou na fase de mostrar ser capaz de atingir as metas de que depende a nossa sobrevivência, sem chegar à fase da tragédia grega. O mais provável é vir também aí a tragédia. Uma coisa é garantida: se o Zézito continua ao leme, a Nação naufraga. Já toda a gente percebeu isso e, curiosamente, ainda há por aí quem diga que vai votar PS. Zézito é um completo e consumado incompetente agarrado ao poder com unhas e dentes. Se o PEC IV não tivesse sido chumbado, ainda andava a contrair empréstimos com juros astronómicos e incomportáveis para manter o rabo na cadeira de S. Bento. Se lá continua,  com o que dizem ser legitimidade democrática, afundará o que resta deste País. Depois saltará da embarcação quando estiver na iminência de se afogar. Espero que, se tal acontecer, não o deixem fugir, porque tem contas a prestar, embora haja dúvidas se é imputável. Grave mesmo é que muita gente no PS já percebeu seguramente o que digo. Mas esquece porque...  ser poder é tão bom!... Temos uma classe política de anões videirinhos, com a estatura dos cágados. Um horror!...
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EM ITÁLICO

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[...] Seria também uma boa ocasião para se debater essa fantástica originalidade lusitana que é a de - ao contrário do que se passa, e é aconselhado, em todos os países da UE - se ter introduzido nas escolas portuguesas, aos 6 anos de idade, o maior bloqueador de aprendizagem que se podia introduzir - falo do Magalhães, claro, e das responsabilidades políticas que, sobre as suas terríveis consequências, vai ser preciso assumir no futuro. [...]
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[...] Vimos José Sócrates arrebatar aos comunistas o prémio da melhor cassete da campanha, com a qual acabou por se engasgar no debate com o líder do PSD.
Isto era, aliás, de prever: uma cassete, sobretudo quando é tão básica e redutora, funciona muito bem a solo ou no teleponto, mas não com um contraditor ao vivo. E quanto mais é usada a solo, menos deve ser usada em debates, não só porque cansa, e porque suscita desconfiança quanto às razões da sua constante repetição, mas sobretudo porque o adversário assim já não precisa de se preocupar com nenhuma surpresa, basta preparar-se para o que já sabe que vai ouvir. O resultado, para já, foi o que se viu - o resto ver-se-á adiante!
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Manuel Maria Carrilho in "Diário de Notícias"
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LAPSUS CALAMI

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CÂMARA DE CASCAIS

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'ESPECIAL ELEIÇÕES'

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Os media descobriram o método de manter o público fiel visitador de jornais, televisões e sites. Consiste a arte em realizar diariamente sondagens de intenção de voto para as próximas eleições legislativas. É matéria apaixonante porque hoje o partido B avança um cagagésimo relativamente ao D, mas perde dois nanogésimos para o A que, por sua vez, aumenta três microgésimos, embora ontem tenha perdido três cagagésimos elevados a menos um não se sabe para quem, provavelmente para o maneta. Maravilha!...
Imaginem-se dois cágados, correndo à velocidade vertiginosa média de 35 metros por dia, em prova de fundo de 10 quilómetros. Não seria excitante termos diariamente o resumos das posições, tendo em conta que ontem o cágado A estava três centímetros à frente do B e hoje só está a um centímetro vírgula 325, ameaçando ter perdido o fôlego?
As sondagens são feitas em amostras pequenas porque as grandes amostras não eliminam, nem diminuem significativamente, a margem de erro que é muito grande. São os especialistas que o afirmam. Por outro lado, a consulta é feita por via telefónica, factor importante por excluir quem não tem telefone fixo. E digo telefone fixo por ser o único que dá garantia da posição geográfica do eleitor. Além disto, a resposta é condicionada pelo facto do interrogado estar a ser “observado”, elegendo grandes partidos e fugindo a exprimir preferência pelos pequenos, em que muitas vezes vota. E, sobretudo, porque há um número enorme de indecisos que agora não se manifestam, mas irão votar e atirar com a tralha montada pelas sondagens de pernas para o ar.
Por favor, senhores da comunicação social: acabem com essa pessegada porque nós somos burros, mas não completos atrasados mentais.
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PRAIA

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