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D. Francisco de Almeida foi o homem escolhido para governador da Índia, constituída em vice-reino. Das três sucessivas fisionomias que o império português no Oriente apresenta, é ele quem lhe imprime a primeira; dos três vice-reis mais notáveis, é ele o primeiro também. Sem o heroísmo antigo de Albuquerque, um Aníbal; sem a. simpática pureza ingénua de um Castro, imitador fiel dos tipos de Plutarco; Francisco de Almeida, valente como soldado, hábil como almirante, é sobretudo um estadista.
Pondo de parte o merecimento absoluto dessa política comercial, fecundo sistema de explorar uma região inteira, fielmente executado mais tarde e com tamanho êxito pelos holandeses, o facto é que, para conseguir o fim desejado de roubar aos árabes o império, e a venezianos e árabes o comércio do Oriente, a política de Francisco de Almeida, sem grandeza, é lúcida, perspicaz e forte. O governo da Índia formou três grandes homens: Castro, que se pode dizer um santo; Albuquerque, a quem melhor cabe o nome de herói: Almeida, que é um sábio administrador, um feitor inteligente.
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Oliveira Martins in "História de Portugal"
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