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Os astrónomos olham o passado de forma impossível para os outros seres humanos. Vemos as coisas como elas eram quando emitiam luz, e isso pode ser há muito tempo se olhamos para coisas muito distantes. A velocidade da luz, embora finita, é imensa do ponto de vista humano. Vemos a estrela mais próxima como ela era há 4 anos, o centro da nossa galáxia como era há 25 mil anos e, se olhamos para o limite visível do universo, estamos a olhar para quase 13,7 mil milhões de anos antes de nós. Os geólogos observam rochas velhas, os historiadores velhos documentos; mas os astrónomos, com os seus telescópios, viajam realmente para trás no tempo.
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Este texto é um excerto da introdução ao livro publicado pela American Academies Press intitulado “Forging the Future of Space Sciences”, cujo autor é John C. Mather, astrofísico sénior do Laboratório de Cosmologia da NASA, no Centro de Voo Espacial Goddard. Não tem nenhuma novidade, mas aborda um aspecto curioso, de que não nos lembramos habitualmente: o facto dos astrónomos trabalharem com imagens vistas hoje, mas desaparecidas há muito tempo; isto é, são historiadores do cosmos numa perspectiva temporal diferente que dá para pensar. De toda a matéria se pode fazer arte, neste caso literatura – “basta” ter inspiração.
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