O mais que suspeito militante do socialismo científico Baptista Bastos (BB) diz hoje no "Diário de Notícias", entre outras coisas, o que segue: A regressão a que Pedro Passos Coelho nos obrigou contém uma incerteza dramática, que o atinge, atingindo-nos cruelmente. Ele abriu a caixa de Pandora e, agora, não sabe como fechá-la. É um tonto perigosíssimo. Arruinou a pátria, não somente a pátria política, social e económica mas, sobretudo, a pátria moral. Nem daqui a duas ou três décadas o desastre será remediado, diz quem sabe.
Estou de acordo—embora julgasse isso impossível—com
algumas frases de BB. Por exemplo, quando diz que Passos Coelho criou uma
incerteza dramática e que é um tonto perigoso. Sem dúvida. Na sua impreparação,
assumiu-se reformador/salvador e deu um passo maior que a perna. Meteu-se numa
alhada donde não vai sair bem.
Mas dizer que arruinou a Pátria, é de mais—a Pátria
começou a ser arruinada pelos correligionários de BB no preciso momento em que
deram início ao PREC com o socialismo científico. Aí se iniciou a ruína, depois
apurada pelo socialismo menos científico do PS. Foi a esquerda que cavou a
sepultura, acolitada por uma direita de meias tintas e meia tigela.
Passos Coelho é um político de aviário, com meia cultura—o
pior que se pode ter—e sem lastro para o lugar de Primeiro-Ministro; mas notoriamente
incapaz de provocar toda a desgraça que se abateu sobre Portugal. Afirmá-lo é
sobrestimar o homem. Digamos que, à beira do abismo onde nos deixou o Zezito,
Passos Coelho deu o empurrão final. Acabou a obra cuja primeira pedra foi
lançada pelo Dr. Cunhal. Passos é o fim da linha duma viagem de quase 39 anos.
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