sábado, 19 de janeiro de 2013

O CICLOPATA


Em 2000, em colaboração com um jornalista, Armstrong escreveu o livro com o título "It’s Not About The Bike: My Journey Back to Life". A páginas tantas, diz: "Li algures que voo sobre as montanhas de França. Mas não se voa sobre montanhas; luta-se lenta e dolorosamente e talvez—apenas talvez—se chegue à frente de todos os outros".
É verdade. E tanto mais verdade quanto mais EPO, hormona do crescimento, cortisona e testosterona se toma.
De acordo com o especialista australiano Chris Golis, Armstrong é um psicopata especial; no caso, um ciclopata, diga-se subtilmente.  Ainda segundo Golis, é manipulador, destituído de ética, ávido de poder e muito activo, tudo características de tal grupo taxonómico dos mamíferos. Do tipo que, quando encontra uma pessoa, se interroga inconscientemente: que pode este tipo dar-me, ou como hei-de ganhar dinheiro com este parolo?
Pessoas assim reduzem o mundo a duas categorias—vencedores e vencidos. E se alguém lhes toca na consciência, acalmam-se dizendo: Está bem... É o que fazem todos os vencedores. Têm como  objectivo na vida, ou um formidável desejo de vencer, ou ganhar muito  dinheiro. Frequentemente têm os dois, como Armstrong.
Mas, diz Golis, há notícias boas: tais tipos melhoram com a idade. Há esperança fundada que daqui a 20 anos, Armstrong, já sexagenário, se arrependa das borradas que fez. Até lá, verosimilmente, ainda vai aldrabar mais alguns incautos.

Sem comentários:

Enviar um comentário