Luis XVI foi guilhotinado no dia 21 de Janeiro de 1793,
faz dentro de menos de três semanas 220 anos. No dia da execução, muitos
populares embeberam peças de vestuário no sangue do rei decapitado e tais
objectos foram muito procurados durante anos, por republicanos e monárquicos.
Com o tempo, foram desaparecendo e hoje já não se encontra nenhum. Excepto,
talvez, uma cabaça, pertença de um tal Maximilien Bourdaloue, que recolheu o
sangue real num lenço e lá o escondeu. Tal cabaça é hoje propriedade duma
família italiana, os restos do lenço já mais que apodreceram, mas restam
manchas rosadas no interior do recipiente.
Estudos forenses do ADN nessas manchas mostram que há uma
anomalia rara no cromossoma Y que se observa também em restos mortais do rei
Henrique IV, antepassado de Luís XVI. Esse facto, e mais alguns pormenores
forenses, garantem, com 95% de probabilidade, que as referidas manchas são de
sangue do rei executado.
Vem isto a propósito de ser dizer que a execução do rei
foi complicada, por este recusar deixar-se
guilhotinar, tendo-o sido à força e sob a ameaça das espingardas. Um carta
recentemente encontrada, da autoria de Charles Henri Sanson, executor-mor de
Paris que se encarregou pessoalmente de Luís XVI, onde se refere que Luís XVI
encarou a morte com coragem ao subir ao cadafalso e, impedido de se dirigir aos
presentes, terá gritado "Povo, morro inocente". E, para Sanson e outros algozes, terá dito: "Cavalheiros,
morro inocente de tudo de que sou acusado. Desejo que o meu sangue possa servir
para fortalecer a felicidade dos franceses".
Não sei se serviu, digo eu, mas ainda anda por aí,
segundo dizem especialistas forenses.
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