A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional fazem um empréstimo de 10 mil milhões de euros ao Chipre para este sair da aflição em que caiu, mas os depositantes dos bancos daquele país têm de pagar uma taxa de 6,75% sobre os depósitos, se inferiores a 100 mil euros, e de 9,9% se superiores.
É caso para dizer que a ideia não lembra ao careca; e posso dizê-lo com autoridade porque nunca me lembraria de tal enormidade e sou careca. O Chipre terá chegado à situação a que chegou por via da moderna e esotérica teoria económica segundo a qual um país se deve endividar para viver da forma a que tem direito e não da forma como pode viver, ideia que passou do Estado ao indivíduo. Daí decorre a existência de dois tipos de cidadãos: os que estão aflitos porque não conseguem honrar os compromissos que assumiram e não têm cheta no banco—só dívidas, está bom de ver—e os que, ganhando muito ou pouco, amealharam alguma coisa. Quando chega a inevitável e mais que previsível aflição nacional, diz-se a estes que têm de pagar um imposto porque têm dinheiro. Aos outros diz-se que não pagam nada, atendendo a que estão tesos, para falar bem e com rapidez. Catita, não?
Não é catita, embora dizê-lo seja um escândalo
salazarento, segundo os parâmetros porque se regula a sociedade. Ter um carro
caro, fatiotas janotas, iPad®, iPhone®, TV LED, desktop, laptop, Nespresso Krups®, Bimby® e mais
um par de botas é o mínimo que se exige. Daí para a frente, quando a crise
estalar, os parolos que não têm a citada parafernália e só têm algumas economias no banco que paguem a crise. Assim mesmo! E pela União Europeia
e pelo FMI não vai nada? TUDO!... HIP, HIP, HURRAH...
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