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Hoje, ao ler a conversa do menino Passos Lapin, que devia
chamar-se Lacerda por razões de rima, lembrei-me do neutrino. Parece
estúpido, mas não é e vou explicar porquê.
O electrão—partícula do átomo, com carga eléctrica
negativa—tem um irmão quase gémeo, fóssil do Big-Bang, chamado neutrino. Sem
carga eléctrica, é emitido nos fenómenos da radioactividade, quando os núcleos dos
elementos como o rádio decaem, ao perder partículas; ou quando um neutrão se
isola do núcleo atómico e se transforma em protão; ou no Sol, quando se faz a
fusão de protões na síntese do hélio; ou blá,blá, blá.
O neutrino anda por todo o lado e passa através de tudo,
nós incluídos. Em cada segundo, somos atravessados por 400 mil milhões de
neutrinos oriundos do Sol, mais 50 mil milhões vindos da radioactividade
natural da Terra; e nós próprios emitimos neutrinos—cerca de 400 por segundo—a
partir do potássio dos ossos. É a partícula mais rasca do universo, mas a mais
ubiquitária.
Chegado aqui, penso que está explicado porque a conversa "cunícula"
me fez lembrar os neutrinos. Lapin é
rasca; é um sub-produto do Big-Ban; está em toda a parte logo a seguir a Deus,
especialmente nas nossas bolsas; e é emitido por esse Sol chamado Gaspar, a
partir dos papos marsupiais que tem debaixo dos olhos, verdadeiras reservas
naturais de neutrinos. eh... eh... eh...
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