sexta-feira, 3 de maio de 2013

O NEUTRINO DE S. BENTO

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Hoje, ao ler a conversa do menino Passos Lapin, que devia chamar-se Lacerda por razões de rima, lembrei-me do neutrino. Parece estúpido, mas não é e vou explicar porquê.
O electrão—partícula do átomo, com carga eléctrica negativa—tem um irmão quase gémeo, fóssil do Big-Bang, chamado neutrino. Sem carga eléctrica, é emitido nos fenómenos da radioactividade, quando os núcleos dos elementos como o rádio decaem, ao perder partículas; ou quando um neutrão se isola do núcleo atómico e se transforma em protão; ou no Sol, quando se faz a fusão de protões na síntese do hélio; ou blá,blá, blá.
O neutrino anda por todo o lado e passa através de tudo, nós incluídos. Em cada segundo, somos atravessados por 400 mil milhões de neutrinos oriundos do Sol, mais 50 mil milhões vindos da radioactividade natural da Terra; e nós próprios emitimos neutrinos—cerca de 400 por segundo—a partir do potássio dos ossos. É a partícula mais rasca do universo, mas a mais ubiquitária.
Chegado aqui, penso que está explicado porque a conversa "cunícula" me fez lembrar os neutrinos.  Lapin é rasca; é um sub-produto do Big-Ban; está em toda a parte logo a seguir a Deus, especialmente nas nossas bolsas; e é emitido por esse Sol chamado Gaspar, a partir dos papos marsupiais que tem debaixo dos olhos, verdadeiras reservas naturais de neutrinos. eh... eh... eh...
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