Inesperadamente, e de acordo com o "Washington
Post", o Papa Francisco começa a incomodar. O conselho aos católicos para
não se deixarem obcecar pela doutrina ou alguns dos seus aspectos, a relutância
em julgar os homossexuais e a tolerância com os ateus, abala algumas
consciências mais conservadoras e leva ao impensável da sua parte—criticar o
Papa; literalmente, ser mais papista que o Papa.
Robert Royal, presidente do think tank de Washington "Faith
& Reason", diz que Francisco é
um homem notável, mas tem dúvidas sobre se o seu modo de comunicar é o adequado.
Significa isto, em minha opinião, o elogio da—e a opção pela—forma, em
detrimento da clareza, da proximidade e do que me parece ser o espírito da
religião em causa.
Estilos como o de João Paulo II, e sobretudo o de Bento
XVI, para não recuar mais, estão fora de época. O seu prazo de validade caducou
e são contraproducentes: afastaram-se da figura de Cristo—que gostaria de Francisco, suspeito—e
afastam os crentes.
Porquê atazanar a vida dos homossexuais, dos divorciados
e dos ateus? Faria isso o Cristo da Bíblia? Suspeito que não. Francisco também
não faz. Para uma mente generosa, tal é manifestação de superioridade moral;
o resto é beatice.
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