O físico teórico João Magueijo, do Imperial College de Londres, escreve hoje no "Público" um artigo sobre os critérios de atribuição do Prémio Nobel da Física de 2013, manifestando-se contra o facto de Tom Kimble, daquele College e autor de um dos três artigos publicados em 1964 sobre o chamado Bosão de Higgs, não ter sido contemplado.
Mandam as regras do Prémio que não seja atribuído postumamente, nem a mais de três pessoas,
e além disso, a prioridade cronológica
é vista como factor determinante, sem subtilezas de conteúdo. E a dado ponto
diz esta coisa que é linear:
[...] Uma
conclusão se pode tirar de tudo isto: o Prémio Nobel, com as suas regras
anacrónicas, é incapaz de representar com justiça as nuances e os detalhes
históricos de qualquer descoberta científica. E se o que aconteceu ao meu
colega é uma tremenda iniquidade, pior será quando o prémio for atribuído aos cientistas
do CERN que detectaram a partícula. Milhares de pessoas oriundas de mais de 100
países contribuíram, mas só os líderes receberão louros, como é tradição nestes
casos. Por regra, estes líderes são mais políticos do que cientistas. Há mesmo quem
diga que são os piores representantes destes enormes grupos, invocando o adágio
Shit rises to the top (A merda sobe até ao topo). [...]
O excerto resume
bem a ideia do autor. Na actualidade, grandes descobertas científicas são fruto
do trabalho de muita gente. Há que começar a premiar as descobertas e não as pessoas. O tempo
de Madame Curie era outro.
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