Segundo o jornal, ‘Muitas pessoas apresentaram-se de máscaras na cara. "É uma questão simbólica”, justificaram alguns, dando nota que há “muita gente chocada pelo facto de haver pessoas que foram condenadas por resistência verbal”, na sequência da carga policial sobre os elementos do movimento’. A velha história do pingo de solda no olho do operário de modos irrepreensíveis: os defensores dessa coisa chamada Es.Col.A disseram, senhor guarda desculpe o atrevimento, eu sei que o senhor cumpre ordens de quem as pode dar, mas podia deixar-nos manifestar pacificamente; e os polícias, perante tanta educação e bons modos, quais brutamontes, começaram a dar porrada nos ingénuos manifestantes, que comeram e calaram! Presentes a tribunal, foram condenados por ‘resistência verbal’, vejam lá! Não se faz!
Mas, mais adiante, o inspirado jornalista do”Público” não
contém a sua verve indomável e acrescenta: ‘No rosto de muitos manifestantes, cerca de 400, via-se uma enorme
determinação e uma vontade de luta contra a escalada da austeridade imposta
pela troika e “contra o roubo dos salários”.’ Bonito de se ler! Digno da pena de
Eça! Lembra até Camilo!
A gente fica sem saber se nas máscaras também se via a supra-citada determinação, mas acreditamos que sim.
Meu Deus, que fiz eu para merecer a bênção de nascer num
país com um jornalismo tão sublime assim?
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