quarta-feira, 11 de maio de 2011

AVANCEMOS ANDANDO PARA TRÁS

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Li hoje um ensaio escrito por Nigel Goldenfeld, professor de Física na Universidade de Illinois, onde a páginas tantas se encontra este conceito pouco reconhecido pela nossa razão: quando se caminha na direcção errada, andar para trás significa progresso. E acrescenta a seguir mais ou menos isto: a História demonstra que grandes avanços culturais e sociais não foram resultado da descoberta de novos conhecimentos, mas antes do abandono de velhas teorias. Pode parecer coisa do senhor de La Palice, mas não é.
Vivemos agarrados a paradigmas e não somos sensíveis à ideia de abrir a cabeça para a possibilidade de estarmos a lavrar na asneira. Foi assim com a teoria da Terra plana, continua a ser com o Criacionismo em muitos lados, e provavelmente será amanhã com qualquer evidência sobre a existência de vida extra-terrestre.
É a sedução pela comodidade intelectual, pela não necessidade de forçar os neurónios, e pelo descanso que representa convencermo-nos que há matérias cuja compreensão arrumámos. Tive um mestre que chegou à perfeição de proibir inovações, por as considerar desnecessárias e até perigosas: tornou-se clássico pelo aviso de “toma lá cuidado com isso”.
A verdade é que somos todos mais ou menos assim porque faz parte da nossa natureza ser assim. E quanto mais velhos mais assim. É verdade! Mas admitámo-lo e demos aos jovens a possibilidade de progredir, permitindo-lhes andar para trás de vez em quando.
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