sexta-feira, 13 de maio de 2011

SOU UM GRANDE LÍDER, PÁ

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Os gajos das sondagens começaram a mijar fora do penico, pá. Não sei que andam a fazer os tipos das agências de comunicação a quem pago principescamente. Grandes pulhas! Vou falar com o Pereira, que disso de agências de comunicação e de encher a cabeça dos eleitores de trampa sabe tudo. Tem de apertar com eles e inventar, urgentemente, uma história qualquer para emporcalhar o PSD. Eu lixo-os. E ao BE também. Aquele cretino do Louçã deixou-me com o pé no ar. Não fosse eu um artista, pá, e tinha ficado enrascado com a carta do Teixeira. O Teixeira é um nabo. Como foi a carta parar às mãos do Louçã, pá? Enquanto fez o que eu lhe dizia, o Teixeira lá ia dando uma no cravo, outra na ferradura. Nunca foi grande espingarda, mas remediava. Depois do grito do Ipiranga da chamada da ajuda externa, encheu-se de autonomia e só faz borradas, pá. Estou impaciente à espera das eleições para correr com ele. Vou pôr lá o Silva da Defesa. O gajo é sociólogo, ou uma coisa parecida, mas dá aulas na Faculdade de Economia do Porto e, embora seja um trauliteiro - é o que ele é  –, deve perceber qualquer coisa de contas. E, se não perceber, arranja um mainato para fazer a escrita e seguir as minhas directivas. Sim, porque as eleições estão no papo. Não quero pensar outra coisa, pá. Nem que seja preciso arranjar uma inventona de emergência. Que o Coelho recebe dinheiro dos especuladores internacionais, esses cafagestes que cobram juros mais altos que os impostos em Portugal porque não acreditam em mim; ou que está feito com a máfia da banca (os bandidos que me tiraram o tapete) para acabar com o Serviço Nacional de Saúde e dar-lhes de mão beijada os hospitais públicos. É claro que hospitais públicos ninguém quer. Aquilo é um buraco de sumir dinheiro. Mas encena-se uma peça qualquer para emporcalhar o Coelho. A mim não vai ele apear, não senhor. Era o que faltava: a mim, não apeia. Acabar com as jornadas gloriosas como a de Matosinhos, com o partido em delírio, o Costa de lágrima no olho, e o Vitorino, pá, até o Vitorino, descomposto e em pontas de pés, a cantar hosanas cá ao Zé, isso não acaba! Sou um grande líder, pá. Um líder que ganha eleições. Um líder levado aos ombros porque dá manjedoura e importância a toda aquela cambada, pá.
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