No Sábado, dia 14 de Janeiro passado, escrevia o “Expresso” uma notícia na primeira página com o título sensação “Catroga diz que não sabe como Celeste Cardona apareceu na lista", referindo-se à lista de nomeações para a EDP. Nesse dia, num post publicado neste blog, dizia eu: Quem lê tal fica convencido que Catroga acha Celeste Cardona sem qualificação para a nomeação e manifesta assim surpresa por ela ter aparecido na lista das nomeações. Na verdade, lendo a notícia e ouvindo Catroga no vídeo da entrevista, constata-se que ele apenas explica porque outros elementos da lista estão lá e, em relação a Cardona, diz que ignora qual a lógica a que obedeceu a sua inclusão. Sem surpresa pela inclusão, sem apreciação crítica, mas ignora. E acrescenta até que por essa razão, não quer pronunciar-se sobre tal matéria. Há aqui um subtil enviesamento que faz toda a diferença. No primeiro caso, Catroga não concordaria com a nomeação de Cardona e até nem perceberia porque ela entrou na lista dos nomeados. No segundo caso, Catroga não se pronuncia sobre justeza da inclusão de Cardona e explica que não sabe qual foi o critério da sua inclusão, sem mais.
No número de Sábado 21, lê-se o esclarecimento de Catroga reproduzido em cima. Como se pode comprovar, é tal como eu dizia. Catroga escreve:
O vosso título de primeira página diz apenas “Não sei como Celeste Cardona apareceu na lista”... quando devia ter referido a minha resposta na totalidade.
O vosso título sintético induz os leitores em erro, não retratando a totalidade do que eu disse e leva a conclusões precipitadas, mesmo por parte dos comentaristas (basta lê-los ou ouvi-los), como se eu estivesse a juntar a minha voz às vozes críticas quanto à indigitação de Celeste Cardona.
É claro que o problema em questão não resulta de incompetência dos jornalistas. É, tipicamente, um caso de má fé, habitual no jornalismo português, em que os “profissionais” da comunicação, que só se chamam profissionais da comunicação porque é assim que ganham a vida, não conseguem deixar o cartão do partido à entrada das redacções. São facciosos e, pior ainda, pindéricos no facciosismo.
E gente como Catroga também tem culpa. Já os conhece com certeza e devia resguardar-se. Mas Catroga é outro pindérico que se sujeita a estas coisas porque elas são necessárias para ir levando a vidinha que leva. Estão todos muito bem uns para os outros. E quanto aos comentaristas a que Catroga alude, diga-se em resumo que são ainda piores que os jornalistas.
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