Robert Reich escrevia há dias no Finantial Times um artigo com este título inspirado: “Vamos para o Inferno num Cesto de Compras”. O articulista diz, em resumo, que é fácil atribuir a crise actual à alta finança mas, a nível mais profundo, a crise marca a vitória dos consumidores e investidores sobre os trabalhadores e cidadãos. E, como a maior parte de nós incarna as quatro qualidades, somos grandes protagonistas na referida crise.
Com a possibilidade de comprar e investir em todo o mundo, incluindo através de meios como a Internet, e também do comércio globalizado, prejudicamos a actividade económica doméstica, e consequentemente os trabalhadores e cidadãos que somos, e privilegiamos países que concorrem deslealmente connosco, através de condições de trabalho inaceitáveis, muitas vezes com enormes danos ambientais que também nos atingem.
Não é fácil evitar esta ratoeira que nós próprios ajudamos a montar. Além das atitudes individuais serem infrutíferas se não assumidas por grandes grupos, as corporações económicas tudo fazem para neutralizar os movimentos que lutam contra a nossa ruína no médio/longo prazo e manter o statu quo. Só a reforma ética global pode pôr fim à situação.
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