quinta-feira, 13 de setembro de 2012

NOTA SOBRE O CONSUMO DO SOL AOS 100

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Quando o gás do espaço, sobretudo hidrogénio, coalesce para formar uma estrela, chega um ponto em que a coalescência determinada pela força de atracção gravitacional deixa de funcionar, porque o calor da reacção nuclear da fusão de hidrogénio em hélio no centro da estrela impede que esta continue a "encolher". E a estrela mantém-se em actividade enquanto tiver hidrogénio para fundir. Quando o hidrogénio acaba, a estrela colapsa, "vai-se"—morre, ou falece.
Paradoxalmente, quanto mais hidrogénio a estrela tem inicialmente, mais depressa acaba. E porquê isto? Porque muito hidrogénio corresponde a muita massa, muita massa corresponde a muita força gravitacional, muita força gravitacional exige temperatura mais alta para contrariar essa força, e temperatura mais alta exige mais combustível—hidrogénio neste caso—e, tal como os carros, quanto mais gasta aos 100, mais depressa fica com o depósito vazio, e colapsa. Felizmente os carros com o depósito vazio não colapsam, embora não andem—se colapsassem, os BMW de 250 HP a gasolina e coisas parecidas sumiam-se quase todos!
O nosso Sol ainda tem gasolina, perdão, hidrogénio para 5 mil milhões de anos; mas estrelas da mesma criação do Sol e com muito mais massa "só" duraram cerca de 100 milhões de anos e já morreram. Morreram novas—é a vida.
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