O pade Carreira das Neves disse há dias que D. Carlos Azevedo era homossexual e que ser homossexual não é pecado. Na altura, pareceu-me a declaração um beijo da morte. Agora tenho a certeza que foi. E porquê?
Porque o padre veio hoje dizer que D. Carlos Azevedo deve estar "muito ofendido" com ele, que "quem não se sente não é filho de boa gente", blá, blá, blá. Carreira das Neves, afinal, acha que ser homossexual, podendo não ser pecado, é um estigma, e atribuir a condição a alguém ofende. Na qualidade de cristão e de membro da hierarquia católica, devia ter calado a boca. Não calou. Mau. Muito mau.
Chegado aqui, faço uma declaração de conflito de
interesses: não simpatizo nada com o padre Carreira das Neves por
razões que não interessam agora e decorrem de defeito meu. Mas não é isso que me move quando escrevo o
que escrevo. Motiva-me um tipo de atitude frequente no clero: a arte de bem
atormentar o próximo, de forma sibilina—para não usar um termo menos elegante—e muito pouco cristã.
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