[...] Entre os que prestam homenagem a Oscar está seu tio, Arnold Pistorius. "Não há palavras para descrever os nossos sentimentos", diz Arnold. "A vida de toda a nossa família foi virada de pernas para o ar para sempre por esta inimaginável tragédia humana; e a família de Reeva sofreu uma perda terrível".
Reparem que foi a família de Pistorius que sofreu "uma
inimaginável tragédia humana"—o menino de ouro enfrenta a acusação de
crime premeditado, capaz de lhe arruinar a carreira. A família de Reeva Steenkamp,
a vítima do crime que parece ter sido atingida três vezes quando estava na casa
de banho, sofreu apenas "uma perda terrível". [...]
[...] "Não tinha as próteses. Sentia-me vulnerável", disse Pistorius, a representar o papel de deficiente pela primeira vez numa
vida que, até agora, foi notavelmente marcada pela ausência de auto-compaixão. Explicava ele
porque disparara contra a porta fechada da casa de banho onde, pensava, estava
um ladrão. Porque os ladrões habitualmente fecham-se nas casas de banho, não é
verdade? Roubam sabonetes e toalhas. Tal como as namoradas se trancam
por dentro quando precisam de fazer um chichi a meio da noite. E os homens,
quando pensam que está um ladrão na casa de banho, não se importam de atirar
antes da namorada ter tempo de avisar: "Querido, baixa a arma que sou
só eu".
A história de Pistorius tem mais buracos que um coador.
Não sinto um miligrama de pena dele. [...]
Estes são trechos do artigo intitulado "Oscar
Pistorius case: The Blonde is the victim here, Blade", publicado hoje no jornal "Daily
Telegraph", da autoria da colunista galardoada Allison Pearson. Vale a
pena ler o texto completo—aqui ou aqui—para perceber o papel que estão a
desempenhar no caso os "relações públicas". Uma das primeiras coisas
que Pistorius fez, depois da tragédia, foi telefonar a Stuart Higgins, antigo editor
do "The Sun" e agora especialista de" relações públicas"—um nojo, a
juntar à testosterona, corticóides e seringas encontradas na sua casa!
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