sábado, 23 de fevereiro de 2013

NUNCA DIGAS 'NA REALIDADE', . . .

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Uma das matérias inquietantes da Filosofia diz respeito à natureza da realidade, isto é, não sabemos  o que é a realidade ou, pelo menos, não temos a certeza. Na verdade, ela pode ter muito pouco a ver com o que observamos; eventualmente nada—coisa preocupante. E é tal porque estamos condenados a viver com conceitos assumidamente provisórios e talvez errados. Com raciocínios simples chegamos a essa conclusão.
Imaginemos que tínhamos sido gerados em zona subterrânea do planeta, sem qualquer possibilidade de acesso à superfície—à luz do Sol, ao vento, aos oceanos, ao espaço celeste, às estrelas, ao luar e por aí fora. A nossa concepção da realidade era diferente, como se compreende com exemplo tão primário. E imaginemos que tudo tinha sido como foi, embora tivéssemos adquirido só o sentido do tacto. A "imagem" do mundo estava reduzida à experiência táctil—coisas como cor, música, perfume e doce, por exemplo, eram incompreensíveis.
Chegados toscamente a este ponto, a pergunta é: quantos sentidos nos faltam para apreendermos a realidade? Um, dez, trinta e quatro, quarenta e seis, ou nenhum? Não sabemos. Por isso admitimos teoricamente mais do que três dimensões,  ou a vida post mortem,  sem sabermos do que falamos e se existem. São coisa para nós como a noção de espaço celeste seria para o habitante do subterrâneo  terrestre atrás hipoteticamente referido, ou o azul e o vermelho para o ser só com tacto.
Em suma, temos de aceitar que há a realidade que a experiência nos revela, com a qual temos de nos governar, e a "outra realidade", desconhecida e matéria de especulação filosófica, religiosa, teórico-física, supersticiosa,  astrológica, espírita, blá, blá, blá. Chato!
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