quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O TRILEMA

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O grande problema político de Portugal neste momento é o seguinte: têm ou não  os ministros condições para sair à rua? Há várias opiniões, como sempre acontece com matérias complexas e em que é difícil articular, harmonizar e coordenar muitos parâmetros.
Uns vão mais para o lado de que, sendo a dúvida difícil de esclarecer, o mais assisado é ficarem em casa, com a vantagem adicional de não poderem fazer um número de burrices da mesma ordem de grandeza do corrente na actual prática governativa. Digamos que é o ponto de vista conservador, embora redutor—errar é humano e ministro que não faça asneira aqui, asneira ali não é humano.
Outros acham que devem os ministros continuar a apanhar ar, desde que bem protegidos para impedir que o bafo dos entoadores da "Grândola" lhes chegue às ventas—tem tal bafo miasmas patogénicos que, inclusivamente, tiram o sono ao Relvas, entre outros achaques.
E, numa simplificação um nadinha exagerada para ser breve, há ainda uma terceira corrente, a dos eclécticos. Isto é, aqueles que acham deverem Suas Excelências transferir a residência para os respectivos ministérios, permitindo tal exercerem o múnus sem sair de casa.
Como não sou de extremos, parece-me a última hipótese a mais inspirada. Claro que não é a mais barata porque implica obras em cozinhas, retretes, dispensas, quartos de crianças, quiçá aposentos para assessores e por aí fora. Mas já viram a comodidade que é ouvir o briefing matinal enquanto se come a sanduíche de fiambre e se  bebe o leite com café de saco e poder despachar em roupão e de chinelos? E esses rufias da "Grândola" ficam com o pé no ar por falta de substrato. Tal e qual!
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