O actual Governo precisa urgentemente de mudar: deve
remodelar-se, adoptar nova prática, criar outra imagem, provavelmente tudo isso
e mais alguma coisa. Tornou-se demasiado vulnerável a manifestantes organizados em todo o lugar onde os seus membros aparecem e tal só é
possível quando o prestígio desce abaixo de zero—que é o caso. Não vem longe o
dia em que um cidadão mais atrevido avança para um ministro e lhe prega um par
de estalos—eventualmente merecidos, mas inadmissíveis—perante as câmaras da
televisão.
O Relvas é uma das peças mais infelizes da instituição: sem
condições para fazer o que quer que seja—e não faz de facto—é a personificação da
imagem da "golpada" e da falta de senso, de vergonha e de
auto-crítica. Como diz o professor Martelo, pessoa louvada por Relvas é pessoa
enterrada (as palavras serão outras, mas a ideia é esta).
Por outro lado, temos um Primeiro-Ministro completamente
cru e convencido que os grandes homens de Estado devem ser determinados,
caminho mais que certo para a teimosia asinina na asneira.
Antes que a corda parta, bem melhor seria que a esticassem
menos. Temos que aturar a troika, é verdade. Mas há mais de cem maneiras de
cozinhar bacalhau.
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