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Um cidadão da África do Sul, alegadamente famoso e eventualmente
dopado, matou a tiro de pistola uma jovem, sua namorada. Preso e levado a
tribunal, como se defende? Pela voz do advogado, afirma que durante a noite
ouviu barulho na casa de banho e, temendo tratar-se dum bandido, disparou através
da porta fechada vários tiros, sem saber quem lá se encontrava. Encontrava-se a jovem. Atingida por quatro ou cinco tiros de pistola
de 9 mm, viria a morrer.
Não estou a julgar o cidadão ou a apreciar a consistência da história, nem isso interessa agora.
Quero só realçar que a versão narrada no tribunal é usada como
meio de defesa e justificação para o drama. Imaginem como estão as coisas
naquela Pátria! Há tempos, um pai matou a filha a tiro dentro do automóvel da
família porque estava escuro e pensou ser um gatuno. Um dia destes, o
sul-africano citadino cruza-se na rua com o vizinho do 4º Esquerdo com a mão no
bolso para tirar o lenço e abate-o a tiro de pistola de 9 mm porque suspeita
que ele vai sacar um revólver Smith & Wesson. E o vadio pífio que na esquina limpa as unhas
com a navalha corre risco igual. Muito pior que o Far West, mas no Século XXI.
Aí está! O cidadão agora em julgamento, além da pistola do crime na mesa de cabeceira,
tinha uma metralhadora junto à janela do quarto! E porque não um canhão sem
recuo que não estraga a mobília? Falta de lembrança!
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