Ontem, Marques Mendes disse algumas coisas importantes,
embora não seja necessário um laureado com o Prémio Nobel para ver que os
factos são como referiu. Sobre os cortes previstos no Orçamento do Estado para
2014, lamentou que vá atingir alguns contribuintes, nomeadamente servidores e
ex-servidores do Estado, e deixe incólumes as grandes empresas, Parcerias Público-Privadas e sistema financeiro.
É urgente taxar essas instituições, como já se fez para o sector energético, em
conformidade com os outros contribuintes, se não mais ainda. E também rever as pensões vitalícias dos políticos e as
reformas dos membros do Tribunal Constitucional, sobretudo por questões de
equidade.
Mete-se pelos
olhos—até fechados—que isto é ser forte com os fracos e fraco blá, blá, blá.
Mas não é bastante para explicar o fenómeno aberrante. Naturalmente, também se
mete pelos olhos—até fechados—que há defesa de interesses instalados, capazes
de influenciar as decisões tomadas, interesses verdadeiramente teratogénicos,
capazes de provocar o aborto parido. Tal e qual!
Mas a parte mais
delirante deste Orçamento é a que diz respeito à televisão. Fala-se em aumentar
a taxa do audiovisual para subvencionar uma trampa na RTP que
implica a criação de mais quatro canais. A RTP é conhecida pelo preço inaceitável
que nos custa; e, em fase de cortes nos vencimentos e nas pensões, aumentam-se
as taxas para a financiar. Que tal encolher a RTP?
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