domingo, 13 de outubro de 2013

DISTRIBUIR O MAL PELAS ALDEIAS

.

Ontem, Marques Mendes disse algumas coisas importantes, embora não seja necessário um laureado com o Prémio Nobel para ver que os factos são como referiu. Sobre os cortes previstos no Orçamento do Estado para 2014, lamentou que vá atingir alguns contribuintes, nomeadamente servidores e ex-servidores do Estado, e deixe incólumes as grandes empresas, Parcerias Público-Privadas e sistema financeiro. É urgente taxar essas instituições, como já se fez para o sector energético, em conformidade com os outros contribuintes, se não mais ainda. E também rever as pensões vitalícias dos políticos e as reformas dos membros do Tribunal Constitucional, sobretudo por questões de equidade.
Mete-se pelos olhos—até fechados—que isto é ser forte com os fracos e fraco blá, blá, blá. Mas não é bastante para explicar o fenómeno aberrante. Naturalmente, também se mete pelos olhos—até fechados—que há defesa de interesses instalados, capazes de influenciar as decisões tomadas, interesses verdadeiramente teratogénicos, capazes de provocar o aborto parido. Tal e qual!
Mas a parte mais delirante deste Orçamento é a que diz respeito à televisão. Fala-se em aumentar a taxa do audiovisual para subvencionar uma trampa na RTP que implica a criação de mais quatro canais. A RTP é conhecida pelo preço inaceitável que nos custa; e, em fase de cortes nos vencimentos e nas pensões, aumentam-se as taxas para a financiar. Que tal encolher a RTP?
.

Sem comentários:

Enviar um comentário