Já disse neste lugar que Machete é um ás e não dá uma
para a caixa—enfia as gaffes umas nas outras, como se enfiam as contas do colar
no fio. Toda a gente lhe bate e toda a gente tem razão. Mas não exageremos!
Broncos há muitos e este é só mais um.
Há quem se queixe dele na Justiça, quem o chame ao
Parlamento para lhe bater, quem peça a sua demissão e quem pense—embora não
diga—que devia ser desterrado para a Abissínia. Nem tanto! Machete é um nabo e
pronto. No fim de contas, nem tem nenhuma atribuição importante no Governo, nas
relações com a troika, com os países de língua portuguesa, com a União
Europeia, nem sequer com a UEFA ou a FIFA. É titular de um ministério que é o vácuo
absoluto.
Por isso, ao ouvir tanto ruído à volta do Ministro dos Negócios
Estrangeiros, recordei-me de Eça, quando escrevia sobre as festas de
comemoração do 1º de Dezembro, e dizia: [...] ...considerando que o
domínio espanhol não é a coisa que mais nos honra no passado, nem a que mais
temores possa infundir-nos no futuro, pedimos—se ainda vamos a tempo—que na
acta da última festa se lavre que, tendo-nos regozijado bastante, cessamos de
regozijar-nos.
Tal e qual. Machete não é a coisa que mais nos honra no
presente, nem ministro que possa fazer muitas asneiras no futuro, pela singela
razão de que não faz nada. Por isso e porque já malhámos bastante, como propunha Eça, vamos
cessar de lhe bater—já chega. Daqui por um ou dois meses o homem vai-se pelo próprio pé "por falta de condições anímicas"
.

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