Em algumas espécies marinhas há ritmos biológicos
circalunares, significando isso que há funções nesses organismos condicionadas pelas fases da Lua, tal como no homem e outros animais acontece
com a alternância do dia e da noite, os ritmos circadianos―por exemplo, algumas
secreções internas de hormonas, ou o sono e a vigília.
Os ritmos circalunares no homem têm sido objecto de
crenças populares ou folclóricas sem qualquer suporte científico. Mas o
número de Julho da revista “Current Biology” veio finalmente trazer algum apoio à crença de que as fases da Lua têm influência nos homens, neste caso
na qualidade do sono. Mostra um estudo cujos pormenores não importa detalhar,
que, objectivamente, nas noites de Lua Cheia o sono é 30% menos profundo, o
tempo para adormecer é 5 minutos mais longo e a duração total de sono é, em
média, reduzida em 20 minutos. Por outro lado, os níveis no sangue da melatonina,
hormona que regula várias e importantes funções no organismo, são mais baixos.
Subjectivamente, registou-se diminuição da qualidade do
sono, apesar de os voluntários participantes no estudo não saberem a que este se
destinava, nem sequer conhecessem em que fase estava a Lua.
Assim, como o cesteiro que faz um cesto faz um cento, é
provável que o nosso satélite tenha muitos mais efeitos no nosso organismo,
nomeadamente na actividade psíquica. Tudo leva a crer que as decisões de Passos
Coelho sejam tomadas nas noites de Quarto Minguante―dali só saem ideias em
conformidade―e as de Cavaco na Lua Nova que não se vê. A política portuguesa carece
urgentemente de estudo aprofundado das jericadas circalunares que vão sendo
levadas a cabo; neste caso das tormentas.
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