Amanhã começam a ser conhecidos os agraciados com o Prémio Nobel em 2013: Segunda-Feira, o da
Medicina ou Fisiologia; no dia seguinte, o da Física, e nos dias subsequentes o
da Química a 9, o da Paz a 11, o da Economia a 14. O anúncio do da Literatura
ainda não tem dia marcado.
Na habitual polémica sobre os critérios usados pelo encarregados
de seleccionar os premiados, distinguem-se sempre dois prémios, pela
diversidade de opiniões e múltiplas críticas que a respectiva atribuição
desperta: o da Literatura e o da Paz. Este último é sempre mais que discutível
e irá continuar a sê-lo este ano, se for atribuído a Putin. Mas a maior gaffe com o Prémio, curiosamente,
ocorreu há 75 anos, em 1938, quando o italiano Enrico Fermi recebeu o Nobel da Física por ter
descoberto uma asneira, ou duas asneiras, melhor dizendo.
Fermi era mais que merecedor do Prémio, mas quis o
destino que a atribuição fosse determinada por um equívoco infeliz. Procurava o
físico criar um núcleo mais pesado que o urânio 238, bombardeando-o com
neutrões. De facto, surgiram dois núcleos novos que o investigador interpretou
como sendo de elementos mais pesados, a que chamou ausénio e hespério, se é
assim que se traduz (não interessa).
Na verdade, Fermi não tinha conhecimento que os novos
elementos eram produtos mais leves, resultantes da fissão do urânio 235, o
isótopo que viria a ser usado na produção de energia atómica, em bombas e centrais
eléctricas.
Em 1944, Otto Hahn e Fritz Strassmann, os alemães que
perceberam e explicaram o erro de Fermi, receberam o Nobel da Química.
Injustamente esquecida foi Lise Meitner, a primeira a suspeitar do erro do
italiano. Até na ciência acontecem coisas destas, quanto mais na política ou na
literatura.
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