quarta-feira, 2 de outubro de 2013

SOARES, O ENCLAUSURADO

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O Dr. Soares voltou, graças a Deus. E está cada vez mais fresco e lúcido. A prosa escorre-lhe da mão, abundante, como ribeiro manso em serenos sobressaltos. Hoje são só 1.143 palavras, mas todas vigorosas, "sem papas na língua", como faz questão de prevenir.
O conteúdo é de tal forma rico que nem me atrevo a tentar a súmula; mas exijo que os leitores o leiam pois, a bem dizer, é um dever cívico. Limito-me a citar duas frases, certeiras como punhais: "O Presidente deu-lhe agora para viajar. É uma outra maneira de fugir a falar aos seus compatriotas..."
Aí está! Este Presidente tem a mania de viajar, alerta o Dr. Soares, com a autoridade de quem não saía do Palácio de Belém, senão por motivo de força maior. E porque viaja o Presidente Cavaco de Boliqueime? Pois para fugir a falar com os compatriotas. O Dr. Soares, não só não viajava, como tinha um quase confessionário em Belém para ouvir os lamentos dos portugueses. Eram outros tempos! 
Ah ganda Soares!...
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