O homem actual, como sabido, descende de hominídeos de África e lá surgiu. Um pequeno grupo espalhou-se pelo resto do mundo, talvez há 50.000 anos, e deu origem a toda a população não africana. O resultado é que a diversidade genética dessa gente é muito pequena – apenas uma amostra da diversidade genética humana.
Então, temos uma distribuição assimétrica dos genomas: muitos tipos num continente pouco povoado, e relativamente poucos no resto do mundo. E é neste resto que a maior parte dos estudos genéticos são feitos. Daí, uma visão da genética humana deformada, o que é mau.
Muitas doenças estão associadas a características do genoma. Para se compreender isso, é necessário investigar a relação entre a incidência e prevalência dessas doenças e o perfil genético local. Quer isto dizer que é urgente alargar os estudos a África.
Há neste momento uma equipa internacional, da Austrália e Estados Unidos, a trabalhar nisso. E o facto curioso é que uma das pessoas cujo ADN foi descodificado é o Arcebispo, e Prémio Nobel da Paz, Desmond Tutu, por ter ascendência bantu, etnia fundamental para começar a desbravar o terreno genético dos africanos.
Sem comentários:
Enviar um comentário