domingo, 15 de maio de 2011

A TROIKA NUNCA EXISTIU!

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[...] O sr. Thomson (FMI-troika), que pelos vistos é de uma ingenuidade notável, convenceu-se de imensas coisas. Sobretudo convenceu-se de que lidava com gente suficientemente inapta para afundar uma economia e suficientemente séria para realizar os esforços necessários à sua salvação. Acertou em metade. Na demorada passagem por Lisboa, os delegados da troika ridicularizaram ponto por ponto os desígnios do PS para o País. O PS vinga-se apresentando, e defendendo, um programa eleitoral que nem remotamente admite a existência da troika.
Ao insistir na exacta receita que tornou imprescindível o empréstimo, das duas, uma: ou o eng. Sócrates procura aldrabar os cidadãos e termina com a farsa após as eleições ou procura aldrabar os financiadores e leva a farsa rumo à "reestruturação" da dívida (o calote), à saída do euro e ao que calhar. A confirmar-se a segunda hipótese, o eng. Sócrates será justo consigo mesmo: prometeu que não governaria com o FMI e, por uma vez na vida, arrisca-se a cumprir a promessa. Falta saber como. E falta saber se o deixamos. Acima de tudo, falta saber porque é que ainda ponderamos deixá-lo. [...]
Alberto Gonçalves in "Diário de Notícias"
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