segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ASPIRAR OU CORTAR?

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No dia em que os transportes públicos tiveram um aumento “colossal”, o Secretário de Estado dos Transportes declarou que o Governo está preocupado com a sustentabilidade da oferta do serviço público de transportes e com a equidade relativamente ao esforço que é pedido aos cidadãos. Até aqui, tudo mal porque, embora necessário, é injusto. Depois, acrescentou que esta situação será seguida de um conjunto de medidas para permitir que o ajustamento e a consolidação orçamental se façam sobretudo do lado da despesa e não do lado da receita. Aqui, a porca torce o rabo.
O Governo, antes e depois de tomar posse, fez soar de forma ininterrupta a trombeta do corte da gordura da administração para poupar os contribuintes. São medidas que exigem estudo e reflexão, nós sabemos. O Governo está a estudar e a reflectir sobre a matéria, nós sabemos. Leva tempo, mas o corte da gordura virá, nós sabemos. Mas uma coisa nos deixa perplexos: porque leva tanto tempo a estudar e reflectir sobre o corte da gordura da administração, e estudar e reflectir sobre as incursões ao bolso dos cidadãos é tão rápido e fulminante?
Estará a máquina aspiradora do bolso do contribuinte afinadíssima e oleada, e a máquina de cortar gorduras da administração encostada a um canto do Conselho de Ministros, ferrugenta e seca, à espera de revisão mecânica e lubrificação? Acho que sim. Por força de não ser usada, tal máquina deixou de ser operacional, digo eu: está velha e desactualizada, prontes.
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