Como norma biológica geral, os indivíduos de espécies diferentes não podem reproduzir-se, ou seja, são reprodutivamente isolados. Por essa razão, o homem actual e o homem de Neanderthal, rigorosamente, não se consideram espécies distintas porque se cruzaram. No genoma do Homo sapiens encontra-se uma pequena parte do genoma do homem de Neanderthal, prova de que não existia isolamento reprodutivo. Apesar disto, na falta de melhor critério taxonómico, costuma falar-se de espécie actual e de espécie de Neanderthal.
Chegados aqui, deve acrescentar-se que, com as espécies referidas, coexistiu pelo menos outra espécie de homininos: o denisovanos, identificados através da análise genética de fósseis encontrados numa gruta de Desinova, na Sibéria. Investigações recentes mostram que também o homem de Desinova acasalou com o Homo sapiens porque este também tem fragmentos do ADN dele. Assim sendo, somos fruto de mistura de, pelo menos, três espécies de homininos, ou de três grupos humanos diferentes, se não se quiser chamar-lhes espécies. E isto é por enquanto, porque com a capacidade actual dos estudos genéticos, é bem possível que novos achados surpreendentes venham a caminho.
..Figura - Dente encontrado na gruta de Desinova, um dos fósseis de onde foi obtido o ADN estudado.
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