segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O CROMO MARINHO E PINTO

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Há uma história que contei em tempos, mas tenho de repetir porque é necessária para introduzir a matéria a seguir. Um dia, num restaurante onde havia almoçado, pedi a conta que vinha com múltiplos erros, encarecendo grosseira e descaradamente o preço da refeição. Era ainda no tempo do saudoso escudo, de que não corríamos risco de ser expulsos e podia ser desvalorizado a nosso bel prazer, e o “carapau” ultrapassava o meio milhar. Apresentada a devida reclamação, foi o documento emendado mas, ainda assim, continuava a exagerar pelo que houve nova reclamação. À terceira, continuava com “carapau” e, quando fiz novo reparo, obtive do empregado a seguinte resposta: Mas agora são só 100 escudos! Era, de facto, incompreensível estar a levantar problemas com tão modesta vigarice!
Lembrei-me do episódio quando ouvi hoje o Bastonário das Ordem dos Advogados dizer que, afinal, as acusações do Ministério da Justiça sobre aldrabices na facturação de alguns advogados envolvidos em defesas oficiosas, ou lá como se chamam, diziam respeito apenas a metade dos casos que o Ministério referia. Isto é, uma vez que só metade dos advogados havia aldrabado as contas apresentadas ao Estado, nem valia a pena falar disso. A Ministra é que é uma cabra em conflito pessoal com o Bastonário; porque se fosse outro nem falava naquilo! Tal e qual como o “Mas agora são só 100 escudos!”
Marinho e Pinto vale quanto pesa. Acho que devia assumir a presidência da Ordem vitaliciamente para nosso gáudio e distracção. É um cromo insubstituível.
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