O Papa, que está de saída, falou hoje na Basílica de S.
Pedro. Apelou ao fim da hipocrisia religiosa e das rivalidades dentro da Igreja
Católica. E disse depois que o rosto da Igreja é por vezes marcado pelos
pecados contra a unidade e divisões no clero. Acrescentou ainda, para ser bem claro, que estava a pensar nos ataques à unidade da Igreja e nas
divisões no corpo eclesiástico.
Falava o Papa para o prior de Alguidares de Baixo, ou para
o abade de Alguidares de Cima? Não falava! O Papa falava para cardeais. Sabia
melhor do que ninguém o que dizia e a quem se dirigia. Seguramente, havia no
auditório gente com a carapuça enfiada até às orelhas, mas a abanar as ditas.
Leigos crentes e não crentes―em grande número, diga-se―vêem
aquela corte de altos dignitários como um grupo de gente abarrotada de
hipocrisia religiosa a cujo fim Bento XVI apelava. Não foi por acaso que o Papa
falou do que falou. Não porque se tenha lembrado essa manhã, enquanto fazia a barba, que podia dizer umas palavrinhas sobre a matéria. Não! Bento
XVI está de saída, com o saco cheio. É um anjinho no meio daquela corte que faz
mais mal à Igreja que os mais ferozes e assumidos ateus.
Não será fácil um Papa pôr tal gente na ordem. Não será.
Mas fazia falta aos católicos.
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