Alexander Stille, filho de italianos—o pai foi editor do "Corriere della Sera"— é um escritor americano, autor de livros laureados e jornalista afamado, colaborador da "The New Yorker", do "The New York Times", do "The Boston Globe" e outros jornais importantes. Dedica parte do trabalho a temas de Itália e ontem escreveu, a respeito da resignação do Papa, um artigo na "The New Yorker" que termina assim:
O escândalo do ano passado do Vatileaks deu a imagem duma
instituição à deriva. A Igreja não pode permitir-se tal estado em tempo de
mudança e terá sido um acto de clarividência Bento XVI ter percebido isso.
Tomando na mão a Igreja já perto dos 80, Bento XVI pareceu surpreendido com os acontecimentos e com as consequências dos seus actos. Durante sete anos, foi incapaz de tocar a nota certa. Talvez com a resignação tenha finalmente acertado.
Tomando na mão a Igreja já perto dos 80, Bento XVI pareceu surpreendido com os acontecimentos e com as consequências dos seus actos. Durante sete anos, foi incapaz de tocar a nota certa. Talvez com a resignação tenha finalmente acertado.
Se me é pemitida também uma opinião, além de estar de
acordo com Stille, acrescento que há muito se percebeu ser necessário limpar o
pó ao Vaticano, correr com várias personalidades de filme da Idade Média que
ali imperam, abrir bem todas as janelas para a corrente de ar empurrar os
miasmas para a rua e acabar com rituais fora de época e contexto, no mínimo. Já
gente inteligente da Igreja pediu isso, mas foi escorraçada. Há-de acontecer, mas
quando acontecer, já estará novamente fora de época e contexto. Chama-se a tal
sina correr atrás do prejuízo.
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