Francisco José Viegas, doravante FJV, é um intelectual que foi Secretário de Estado da Cultura neste Governo que a Divina Providência teve a excelsa generosidade de propiciar a Portugal de Aquém e Além-Mar―por enquanto, os Açores e a Madeira ainda são nossos! Como todos os intelectuais, verbi gratia ele e eu próprio, FJV publica um blog, de seu nome “A Origem das Espécies”, embora tal não seja do conhecimento de Charles Darwin, detentor do copyright do título.
Em tal “sítio”, para traduzir assim o vocábulo site, FJV
diz muitas e importantes coisas, sobre também importantes matérias,
como “Um Manguito para o Estado”, “Bacalhau de Bruxelas” e por aí fora. Hoje
FJV atingiu o clímax. Publicou uma peça sobre a Autoridade Tributária e
Aduaneira, cujo inspirado nome―da Autoridade está bom de ver―dava para escrever
um tratado terminológico. O não menos inspirado título da referida peça―”No
Estado, o absurdo não paga imposto”―é original e próprio de ex-Autoridade do
estado a que isto chegou. Ali se lê o que faria FJV se, à saída de uma loja, um
café, um restaurante, um bordel, fosse abordado por qualquer senhor da
Autoridade dos tributos e aduanas a exigir-lhe a mostra da factura do bem ou serviço adquirido.
“O Dolicocéfalo” é um espaço que acata as normas
sociais do respeito, da decência, do pudor e da compostura e não pode
transcrever o que diria FJV ao dito senhor da dita Autoridade. Mas adianto que
se trataria do pedido para ir fazer uma coisa que FJV não devia pedir.
Primeiro porque a expressão é brasileira e um ex-Secretário de Estado da
Cultura de Portugal deve zelar pela pureza da língua de Camões, sem a
contaminar com lixo sintáctico estrangeiro. E depois, porque o pedido de FJV
diz respeito a actividades do foro íntimo e cada um faz o que quer do seu cu,
sem limitações, mas também sem imposições. Achei mal. Muito mal!
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