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sábado, 31 de maio de 2014
POR QUÉ NO TE CALLAS ?
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João Soares disse
na Sexta-Feira que o artigo de opinião escrito pelo pai, no qual apoia António
Costa e arrasa António José Seguro, é "um disparate".
Estou de acordo,
mas pergunto o que acha João Soares dos outros artigos que o pai escreve.
Pergunto porque este ainda é dos menos maus que o "senador" por
direito próprio tem escrito—tudo o resto é uma trampa inqualificável.
Não tenho grande
admiração por João Soares, mas faço-lhe a justiça de acreditar que, como eu e
muito boa gente, acha a actividade política do pai uma coisa patética. Não é só
de estar senil, mas também é. E, em vez de fazer como agora, distanciando-se publicamente
do que o pai diz, era bastante mais louvável aconselhá-lo em privado a calar-se—ele, João, e o resto da família. Deve haver—no meio de tanta gente—mais
pessoas que se apercebem do ridículo do homem.
Por mim, até gosto
porque as bacoquices que diz incontinentemente revelam o que sempre foi, mas
disfarçava. Está a fazer um louvável esforço para se dar a conhecer aos
portugueses que ainda não o conheciam.
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ANDAR NA LUA
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Dean Potter é alpinista, BASE jumper (gente que salta do
alto de prédios, pontes, montanhas, antenas, etc. com paraquedas
especiais—morrem como tordos) e planador com asas individuais (tipo Ícaro).
Juntamente com o realizador Mikey Shaefer, fez este filme no Cathedral Peak do
Yosemite National Park, nos Estados Unidos.
A câmara estava a uma milha de distância para sobrepor o
nascer da Lua e Potter a caminhar no arame, "passeando" no nosso
satélite—mais perigoso que ir lá de verdade!
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(Repare-se, desde o início do vídeo, na ascensão de Potter no pilar esquerdo)
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(Repare-se, desde o início do vídeo, na ascensão de Potter no pilar esquerdo)
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ÉTICA REPUBLICANA
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São todos muito democratas—é preciso fazer eleições para o povo escolher o que quer e tem de se respeitar a vontade popular manifestada nessas eleições. Mas cuidado!!! Também é preciso que o povo saiba votar; isto é, o povo deve votar naquilo que nós queremos. Tal e qual.
São todos muito democratas—é preciso fazer eleições para o povo escolher o que quer e tem de se respeitar a vontade popular manifestada nessas eleições. Mas cuidado!!! Também é preciso que o povo saiba votar; isto é, o povo deve votar naquilo que nós queremos. Tal e qual.
Temos um Governo que é um nojo, mas foram os portugueses
que votaram nele. E daí? Não presta, manda-se
embora. Assim pensa o grande democrata Mário Soares, assim pensa o grande
democrata Manuel Alegre.
Quando o nojo do Zezito arruinava o País, levando-o à
bancarrota, ninguém os ouviu. Era um Primeiro-Ministro eleito pelo povo, logo tinha
legitimidade para fazer burrices. Assim manda a ética republicana, diria o
poeta Alegre. Poeta que na noite das últimas eleições foi à sede do PS felicitar
Tozé pela "vitória histórica" e agora apoia António Costa e quer
correr com Tozé. Ganda democrata!
Tozé é um nabo, mas ocupa o lugar que ocupa
legitimamente e não perdeu nenhuma eleição. O problema é que não alinha com
algumas seitas "muito democratas", prenhas de "ética
republicana" do PS.
A classe política que nos governa é abaixo de cão. Os
cães, pelo menos, são fieis ao dono que, no caso vertente, é o decantado povo lusitano.
Povo que não se manifesta em eleições nacionais em percentagem superior a 70%, e
que elege Marinho e Pinto, não impedindo tal que os políticos façam a festa e
deitem os foguetes como se não percebessem o enxovalho que tal representa.
É a democracia que é má? Não é grande coisa, mas há pior.
O mal não é do sistema. O mal é dos protagonistas. Aliás, todo o sistema
político é bom ou mau, dependendo isso dos protagonistas. Neste jardim
Ocidental da Europa os políticos são descendentes de um filho bastardo do Australopithecus robustus.
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MAIS QUE MATUSALÉM
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Sabia que há seres vivos com mais de 10.000 anos de idade? Árvores com mais de 5.000?
A da imagem em cima, exemplar de Pinus aristata, é um desses casos—mora nas Montanhas Brancas da Califórnia.
Rachel Sussman tem-se dedicado a observar esses fenómenos de longevidade em muitas partes do mundo, tem um livro intitulado "The Oldest Living Things in the World" e fez há 4 anos uma apresentação na TED sobre a sua experiência. Veja-a no vídeo da apresentação em baixo, com legendas em brasileiro. E pode também assistir à apresentação do livro (só com legendas em inglês) aqui.
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sexta-feira, 30 de maio de 2014
DIZ-ME QUE ANIMAL TENS
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Não sei se vai gostar de saber, mas estudo recente feito
por um professor da Carroll University, no Wisconsin, diz que os donos de gatos
são mais inteligentes que os donos de cães, facto comprovado por avaliações
credíveis. No referido estudo, 60% dos inquiridos preferiam os cães e 11% os
gatos. Os restantes, ou achavam gatos e cães iguais, ou não tinham sequer preferência por bichos.
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Os gatos são quase sempre mais independentes e não
confiam muito nos outros, sejam pessoas ou animais. Habitualmente, os donos são assim também . É gente que sai menos, convive menos, lê e reflecte mais e é mais
sensível afectivamente.
Os cães são extrovertidos, menos independentes e gostam mais
de ir à rua. Os donos, porque são iguais, vão passear com eles, encontram-se
com amigos e conhecidos e todos conversam, donos com donos, cães com cães. É
gente simpática, mas menos cerebral.
É quase certo que a escolha do animal de companhia é fruto da personalidade de quem escolhe e está tudo explicado. Diz-me que animal
tens e dir-te-ei quem és.
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UM FÓSSIL DA PRIMEIRA REPÚBLICA
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O inefável Marocas não se
cala, para gáudio de quem não gosta do homem. Na verdade, só diz ridículas banalidades
mal digeridas e pior dejectadas. Especialista em ideias gerais (muito gerais) com sabor a
jacobinismo retardado, hoje escreve no
"Público" um texto 23 vezes semeado com o pronome/conjunção/preposição
"QUE" e onde se lê —entre outras bacoquices—a pérola seguinte:
[...] Por isso disse que a
“grande vitória” anunciada por Seguro foi uma vitória de Pirro. Que não pode
deixar de desagradar aos socialistas a sério que tenham uma ambição para lá de
ganhar eleições—a ambição de dar a Portugal uma alternativa de esquerda,
coerente e credível. Que tristeza, se assim não for, para um partido com as
responsabilidades do PS. Impõe-se, mais do que nunca, uma política corajosa que
faça a ruptura com a direita e com as políticas da direita.[...]
As políticas da direita de
que fala Marocas têm-se revelado uma trampa, de facto. Mas só tiveram oportunidade
de entrar em cena depois de consulados socialistas sucessivos com "políticas corajosas que
fizeram a ruptura com a direita e com as políticas da direita". Tais "políticas corajosas" terão sido as políticas delirantes, corruptas e
incompetentes, a atingir o paroxismo com esse zero absoluto chamado Zezito, responsáveis
pela ruína total da Nação. Tal e
qual!
Marocas é um fóssil do
jacobinismo da Primeira República a falar—no Século XXI (!)—do nosso
querido PS, do punho erguido à esquerda e dos socialistas que não têm
medo de ser tratados por camaradas. Cheira a bafio a conversa. Um horror!!!...
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quinta-feira, 29 de maio de 2014
DA NECESSIDADE DE SER 'WHISTLE-BLOWER'
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Snowden da NSA, o whistle-blower,
o que sopra no apito—o mesmo que põe a boca no trombone—deu uma longa entrevista
à NBC. A páginas tantas diz esta coisa sábia:
"A ideia
mais importante é lembrar que houve tempos ao longo da História em que o certo não coincidia
com o legal. Às vezes, para fazer o que estava certo era necessário
desrespeitar a lei. A questão põe-se em termos de desobediência civil".
Não sei o que a NSA fazia
com os dados que vasculhava na vida das pessoas. A mim, por exemplo, pouco afectava
se perdessem o precioso tempo deles a ouvir telefonemas meus ou a ler a minha correspondência.
Mas há gente decente a quem isso pode afectar e nada garante que não tivesse
sido afectada. O melhor é não abrir a possibilidade de tal acontecer. Se as
coisas são como Snowden conta, o homem é capaz de ter razão.
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O ROL DA NOSSA IGNORÂNCIA
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O homem começou a evoluir de forma diferente do chimpanzé
há cerca de 6 milhões de anos. Hoje, salvo algumas excepções, em particular na
classe política, a diferença é notável. O que distingue os dois primatas é
muita coisa, mas sobretudo dois aspectos: o chimpanzé adulto tem cerca de três
vezes mais força que o homem, mas o cérebro é o que se sabe, embora seja o
animal mais inteligente a seguir ao homem. Como alguém já disse, o homem é o
animal, mais inteligente do planeta, mas não pode orgulhar-se muito disso uma
vez que o segundo é o chimpanzé.
Investigadores chineses estudaram 10.000 metabolitos, a
que agora se chama imaginativamente metaboloma—conjunto dos compostos
envolvidos no metabolismo—de cinco tecidos (três do cérebro, um do rim e outro de músculo
da coxa) de quatro espécies animais—homem, chimpanzé, macaco rhesus e rato. Comparando
as diferenças, concluíram que a evolução no homem "investiu"
sobretudo no cérebro, com prejuízo da massa muscular; ou seja, a melhoria do
metabolismo cerebral, que permite um desempenho notável quando comparada com
outros animais, mesmo primatas, teve custos.
Esta é a versão chinesa da fábula músculo-cerebral. Digo
isto porque há mais teorias. Daniel Lieberman, biólogo
evolucionista de Harvard, por exemplo, acha que não. Segundo ele, pelo
contrário, foi a capacidade física do homem—que lhe permitia correr e caminhar
longas distâncias—a causa do desenvolvimento superior do cérebro. Tais performances
ajudavam-no a procurar melhor alimentação, sobretudo caça, alimentação essa que
faria carburar cérebros mais poderosos e maiores—o mesmo que atestar um "Smart"
com gasolina de avião e vê-lo voar sobre o rio Tejo, sem pagar a portagem da
ponte.
Ao ler isto, não pude evitar a recordação de Paul Saffo,
de que falei há dias, quando dizia: "O establishment científico justifica
a sua existência com a ideia de que nos oferece respostas e soluções. Mas, no
privado, cada cientista sabe que a ciência descobre apenas a profundidade da
nossa ignorância. A esfera crescente do conhecimento científico não é a luz que
põe fim à noite, mas apenas pequena fogueira no meio da escuridão de um vasto
mistério. Avaliemos o progresso, não pelo que descobrimos, mas antes pelo rol
do que ignoramos e nos faz ver o pouco que sabemos".
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ARTHUR SZYK
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Há 40 anos, o
jovem rabi Irvin Ungar deixou-se deslumbrar com o trabalho de um judeu, imigrante
polaco nos Estados Unidos, de seu nome Arthur Szyk (pronuncia-se Chique). Szyk era já conhecido dos leitores das
revistas "Colliers", "Esquire" e "Time", que haviam divulgado obras suas antes, durante e depois da II Guerra. Fazia caricaturas no estilo de iluminuras medievais das histórias bíblicas, sobre o nazismo e os países do
eixo.
Morreu em 1951 e foi praticamente esquecido desde então.
Mas Ungar, que havia coleccionado metodicamente obras do artista, viria a
fundar a "Arthur Szyk Society", para publicar monografias, catálogos
e outros documentos, organizar
exposições nos Estados Unidos e no estrangeiro e manter um site na Net.
Perguntar-se-á a que respeito vem esta prosa a esta hora,
neste dia e neste mês. Não vem a propósito nenhum: simplesmente, tal como Ungar, também eu
fiquei encantado com as iluminuras de Szyk e não quero que elas possam escapar
aos incautos leitores que fazem o favor de ler este blog.
Veja aqui algumas das obras de Szyk e dois vídeos e não
deixe de visitar o site da "Arthur Szyk Society", se não ficar satisfeito com o que mostro.
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quarta-feira, 28 de maio de 2014
PRECISA DE UM FUNIL ?
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A sensibilidade do ouvido humano corresponde
aproximadamente ao espectro da banda
deste vídeo: entre 20 e 20.000 hertz (Hz). É possível que tenha dificuldade em ouvir, ou
não consiga mesmo ouvir, as frequências mais baixas; mas a partir de 40-50 Hz,
deve ouvir; caso contrário, tem deficiência auditiva—experimente, sem funil! Pode
regular o som do computador, mas cuidado que, se abrir muito o volume, a dado
momento apanha um susto. Faça o exame sem auscultadores.
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TOZÉ É APOFÉNICO; ASSIS TAMBÉM
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O cérebro humano tem capacidade de coordenar e
relacionar a informação oriunda dos vários órgãos dos sentidos. Se
assistimos a um concerto de Yo-Yo Ma, associamos a música que ouvimos com a execução do músico que vemos. O exemplo é
careca, mas não há nada como ir do geral para o particular, do simples para o
complicado.
Sem esta capacidade, a informação oriunda dos sentidos
seria caótica, intratável e inútil, naturalmente. O galo que ouvimos cantar de
manhã no quarto às escuras significa para o cérebro que o dia está a começar e
são horas de alçar a caganeta da cama. O cheiro a sardinha frita faz-nos
salivar, mesmo sem a comer, ou sequer ver. A associação da informação é a arma
do nosso sucesso. Quanto melhor associamos, melhor pensamos e actuamos.
Mas quando este mecanismo "descarrila", ou
sofre perturbações do padrão de detecção, começamos a asnear. Acontece em
algumas doenças mentais e chama-se a isso apofenia. Acontece também em pessoas normais—ou consideradas
oficialmente normais—e traduz-se em coisas como a superstição, com associações de acontecimentos desagradáveis, tristes, trágicos, mesmo fatais, ao uso
de cuecas às riscas, gravatas às bolas, ou do emblema do Sporting. O último
exemplo não é feliz porque a associação é muitas vezes pertinente, mas não
interessa isso agora.
Por exemplo, o Tozé Seguro é um nabo—afirmação escolhida
porque não carece de ser demonstrada. Tozé vive na intranquilidade porque também
ele sabe que é um nabo—sabe porque quando olha para Passos Coelho é como se
estivesse a ver-se ao espelho.
Mas o que queria dizer não era isto e peço
desculpa pelo aparte. Tozé viveu meses de sofrimento atroz à espera do resultado
das eleições europeias. A associação de sofrimento atroz com eleições europeias
é uma apofenia neste caso, pois nada justifica um líder político andar meses a
sofrer com a perspectiva de um resultado eleitoral. Se ganha, ganha; se perde,
perde: faz o funeral do emprego e vai à vida. O exemplo fica completo se Tozé
andou todo o tempo pré-eleitoral com as cuecas rosa que usou no dia em que foi
eleito Secretário-Geral do PS—estaremos então em presença de dupla
apofenia.
Aliás, diga-se en passant e a propósito, Assis também é apofénico.
Assis associa a sua imagem de político com a de ser diferenciado—o mais
apofénico possível!
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DITOS
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A política é a arte de procurar os problemas, encontrá-los, quer existam ou não, fazer o diagnóstico incorrecto e aplicar o remédio errado.
A política é a arte de procurar os problemas, encontrá-los, quer existam ou não, fazer o diagnóstico incorrecto e aplicar o remédio errado.
Ernest Benn
MR. G E JELLYBEAN
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Durante dez anos, Mr. G, um bode, e Jellybean, um burro, viveram juntos na propriedade de uma
senhora que mal podia tratar dela própria e tinha ainda dezenas de cães e outros
bichos. Os animais acabaram por ser confiscados pelas autoridades e algumas
instituições de apoio receberam-nos—Mr. G foi para um local e Jellybean para outro.
Mr. G deixou de comer e instalou-se imóvel, de cabeça
baixa, num canto da nova morada, de onde só saía se escorraçado. Assim foi
durante seis dias: sem comer e sem se mexer.
Um voluntário ofereceu-se para ir buscarJellybean, a uma localidade a 14 horas de viagem. O burro chegou e veja-se no vídeo o que aconteceu. Animal também tem sentimentos que não devemos menosprezar.
Um voluntário ofereceu-se para ir buscarJellybean, a uma localidade a 14 horas de viagem. O burro chegou e veja-se no vídeo o que aconteceu. Animal também tem sentimentos que não devemos menosprezar.
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terça-feira, 27 de maio de 2014
SONHOS DE ABÓBORA
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O estilo é digno de Jorge Jesus, a sintaxe de cabo de
esquadra, o conteúdo preocupante: É
preciso que o demita antes. Se o não fizer, terá um péssimo fim. Quem o avisa,
seu amigo é. Um péssimo fim!!! Está Soares ao corrente de alguma ameaça
a pairar sobre Cavaco? Há um golpe em andamento? Se sim, considerando a amizade
confessa, Soares devia ser mais claro. Ou são só desejos mal disfarçados? Vou
mais para o lado de que Soares sonha todas as noites com Cavaco, guilhotinas e
Buíças. Deve ser isso: já não distingue os sonhos da realidade.
Soares está em baixo de forma: hoje escreve um artigo de
opinião no "Diário de Notícias" apenas com 562 palavras. É pouco! Muito
pouco! Soares habituou-nos mal, a peças
de mil palavras e mais e, de supetão, reduziu a dose a metade, precisamente
no momento em que mais precisávamos dele.
É certo que, como referi em baixo, hoje acertou numa—a
vitória de Pirro do Tozé. Mas não fala sobre a viragem da Europa à esquerda, por
ele prometida ao longo de meses e hectolitros de tinta de imprensa, agora concretizada nas eleições para o
Parlamento Europeu.
Soares enferma de lapsos de memória selectivos e, por
razões que ninguém compreende, deixou de falar de François Hollande que tão bem
tem correspondido às expectativas nele
depositadas pelo senador candidato ao Panteão. A esquerda na Europa tem sido um
sucesso. Veja-se a Espanha, a Inglaterra e por aí fora, e os resultados dos
partidos socialistas, sociais-democratas e trabalhistas—um nunca acabar de
vitórias esmagadoras.
Mas Soares anda preocupado. Não com partidos, não com
eleições, não com Tozé, não com a eventual saída de Jesus do Benfica. Não
senhor. Soares anda preocupado com Cavaco Silva—tal e qual. Hoje escreve assim:
[...] O Presidente
da República está a pouco tempo de ainda poder resolver, em parte, o mal que
este Governo tem feito a Portugal e aos portugueses, só pensando nos mercados e
ignorando completamente as pessoas. E que o Presidente sempre protegeu. Porque
o tempo de Cavaco Silva para ter possibilidade de decidir é curto. Lembre-se de
que sairá muito mal da cena política, continuando ainda como Presidente, sem
ter poder para que possa ajudar ainda a salvá-lo, um pouco, das terríveis
consequências da política deste Governo. É preciso que o demita antes. Se o não
fizer, terá um péssimo fim. Quem o avisa, seu amigo é. [...]
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IN VINO VERITAS
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O vinho é o sangue da
Terra. Se quisermos ouvir o que tem para nos dizer, é necessária alguma tranquilidade. Este é um dos muitos
pensamentos possíveis a respeito do precioso néctar, que faz toilette para
abrir o tema, qual é o da origem da bebida mais importante da História
da humanidade, incluindo cultos religiosos.
Ninguém sabe com precisão
onde começou a ser produzido e consumido. Segundo a lenda, Jamshid, rei da mitologia
persa, terá guardado uvas num vaso para as comer no Inverno. Quando o frio
chegou, Jamshid encontrou uvas desfeitas
mergulhadas num líquido borbulhante. Pensando tratar-se de feitiçaria, não comeu
e proibiu o seu consumo. Certa noite, uma concubina doente caiu sobre um vaso e
bebeu do líquido. Adormeceu profundamente e acordou curada. Terá sido o
primeiro caso, eventualmente o único, a que a uma enorme ressaca se chamou cura
mágica.
Do antigo Egipto também
não vem informação, embora fosse usado para simbolizar sangue em cerimónias
de vária índole. Na sepultura do famoso—e folclórico—King Tut foram
encontrados 26 barris de vinho, rotulados com informação da origem, do produtor
e do ano.
Na Bíblia o crédito vai
para Noé, que cultivaria a vinha, além de construir grandes navios, mas sem
referência ao modo como descobriu a fermentação.
Em boa verdade, sabe-se—de palpável—que os primeiros indícios vêm da Geórgia Oriental, onde
terão surgido os primeiros agricultores, num sítio chamado Dmanisi, a meio
caminho entre o Mar Cáspio e o Mar Negro, na faixa de terra que liga o Médio Oriente
à Eurásia, uma das primeiras paragens na grande marcha épica de dois milhões de
anos da humanidade, da África para os quatro cantos do planeta. Aí terá
nascido o vinho, há 8.000 anos, feito a partir de uvas da Vitis vinifera, videira que cresce, qual
serpente, enrolada nas árvores e dá densos cachos de uvas deslumbrantes. Um dia
irei ao Tavares e informar-me-ei se ainda têm vinho dessa colheita. Depois informo os leitores.
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ATÉ QUE ENFIM ! ! !
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O Dr. Soares acertou uma! ! ! . . .
[...] Mas a "vitória" do PS, infelizmente, foi uma
vitória de Pirro... Isto é: que não devia ter sido aclamada com o entusiasmo
com que o seu líder o fez.[...]
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In "Diário de Notícias"
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segunda-feira, 26 de maio de 2014
AS ALFORRECAS
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No rescaldo do festival abstencionista de ontem, em que,
em cada 100 eleitores inscritos, 8 votaram no PS e 7 na coligação PSD/CDS, é
difícil suster a gargalhada quando se ouvem representantes dessas instituições
menores a comentar os resultados. Desde a "derrota histórica da
direita portuguesa" de Francisco Assis, inchado de satisfação e comida em demasia, até
Pires de Lima—ao tranquilizar-nos, afirmando que "o Governo tem condições
para ganhar as legislativas"—e Aguiar Branco segundo quem "os
resultados permitem encarar com confiança o caminho trilhado", é um fartar
de asnear. Quando terão os políticos o senso comum bastante para não falar aos
cidadãos como se estes fossem atrasados mentais?
Depois da banhada de ontem, de que eventualmente terão
sido excepção o PCP e Marinho e Pinto, mandava o pudor ficar calado, coisa que até
Hollande percebeu. Mas, como já ontem referi, estes janotas não estão no serviço
público porque estão ao serviço deles próprios. É ali que ganham a vida, ou é
ali que criam as condições para a ganhar confortavelmente noutros misteres. Não
lhes interessa passarem por vendedores de banha de cobra, desde que isso renda na
carreira partidária. E também não têm vergonha ao ver claramente que 74% de
abstenção e votos nulos e brancos é um escarro que o eleitorado lhes lança em
cima, para não falar dos que votam ironicamente em partidos como o PTP de José
Manuel Coelho, como eu fiz.
O problema é não bastar substituir esta classe política
porque atrás dela vem outra que rapidamente sofre as mesmas mutações, de
faríngula a vertebrado primeiro, seguindo-se a fase invertebrada da alforreca,
capaz de cantar vitórias eleitorais em noites de farroncada ridícula. Uma
lástima!
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A AVIAÇÃO DA I GUERRA MUNDIAL
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Um avião alemão sobrevoa as pirâmides do Egipto
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Soldados de Cavalaria franceses observam um biplano em operação
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'KNOWING IS HALF THE BATTLE' OU A ENGENHARIA DO FOGO
(ver em ecrã completo)
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Em Junho do ano passado,
19 bombeiros morreram a combater um incêndio, perto de Yarnell, no Arizona—Estados
Unidos—o pior acidente com fogos na área desde 1933. Actualmente, no
Laboratório de Ciências do Fogo de Missoula, fundado em 1960, investigadores usam simuladores de fogos envolventes e
câmaras gigantes de combustão para melhorar a engenharia do combate aos incêndios.
O vídeo em cima é interessante pelas imagens e também pela maneira
como é analisado o comportamento das chamas.
O fogo é um desastre natural, mas não tem de ser um desastre humano, diz o último interveniente.
O fogo é um desastre natural, mas não tem de ser um desastre humano, diz o último interveniente.
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domingo, 25 de maio de 2014
ESTA É A DITOSA PÁTRIA MINHA AMADA
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Houve eleições para o Parlamento Europeu—só isso. Os
partidos da coligação que nos governa borraram-se porque, muito justamente, têm a consciência pesada, todos sabemos porquê. O PS viu nas eleições
oportunidade de sair do buraco em que essa figura sinistra e medíocre do Zezito
o meteu. Esforçou-se até à exaustão para
transformar eleições para uma organização internacional num referendo saneador
da sua incompetência. Vieram os resultados e, tudo visto e respigado, votaram
de forma válida cerca de 27% dos eleitores; ou seja, cerca de 73% cagou-se nos
candidatos e nos partidos—PS e PSD/CDS incluídos.
Dos continentes (continentes são neste caso os que
contiveram a função entérica), ou seja, dos 27% que votaram, 31,5% votou no PS.
O PS teve assim 8,55% dos votos de 100% de potenciais eleitores. A coligação do
Governo (PSD/CDS) teve 7,4% dos mesmos 100%.
Recordo que 73% dos mesmos 100% se cagou em ambos e em
mais alguns.
Portanto, em cada 100 eleitores inscritos, 8,55 votaram
no PS e 7,4 votaram no PSD/CDS.
Brilhante!
Se o leitor conseguir, aceda aqui a um vídeo onde pode
ver e ouvir um Francisco Assis obeso e excitadíssimo a proclamar urbi et orbi
que estamos a assistir a uma "verdadeira derrota histórica da direita
portuguesa". Ou seja, a desgraça que refiro em cima não é uma verdadeira derrota
histórica de todos os partidos, talvez com a excepção do Partido Comunista. É
só da direita portuguesa.
Se os socialistas tivessem um pingo de vergonha na cara,
guardavam de Conrart le silence prudent. Mas são
medíocres, rasteiros, demagogos e apegados ao poder, onde gozam mordomias que
as suas capacidades profissionais—os que têm alguma—não lhes oferecem. Ser
político em Portugal não é uma vocação; é uma forma de subir na vida. Antigamente, ia-se para padre; agora vai-se para político. Assis, se
não fosse político subserviente e hipócrita, estava a esta hora a ensinar Filosofia da escolaridade obrigatória num qualquer liceu de Trás-os-Montes.
Assim, faz discursos inflamados à Nação.
Um horror!
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SABER É MEIO CAMINHO ANDADO ?
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Saber é meio caminho andado. Já ouviu isto, ou parecido, provavelmente muitas vezes. E está de acordo como quase toda a gente, se não toda. Na realidade, parece certo. Saber que o chão molhado é escorregadio, por exemplo, constitui informação que reduz a probabilidade de cair quando caminho em chão molhado. Não elimina totalmente—claro!—mas bastante: metade em números redondos, para simplificar.
Saber é meio caminho andado. Já ouviu isto, ou parecido, provavelmente muitas vezes. E está de acordo como quase toda a gente, se não toda. Na realidade, parece certo. Saber que o chão molhado é escorregadio, por exemplo, constitui informação que reduz a probabilidade de cair quando caminho em chão molhado. Não elimina totalmente—claro!—mas bastante: metade em números redondos, para simplificar.
Está a pensar que a conversa é de choné? Para ser franco, estou a ficar choné,
mas a conversa não tem a ver com isso. Diga-me uma coisa: acha que um prato vendido
a 19,99 € é mais barato que se fosse a 20,00 €? Não acha?! Mentira! Todos os
dias é enganado com coisas assim. Sabe que, em termos práticos, o preço é o
mesmo, mas cai como um pato. Ninguém resiste a esta mesmo sabendo que está a ser
embrulhado.
Saber não é meio caminho andado. Quer ver? O Benfica vai
jogar a Supertaça com o Rio Ave e você é do Benfica—se não é, pode ir andando
para outro blog. Acha que o Benfica vai ganhar? Acha e muito bem. Mas se são
três horas da tarde, ainda não almoçou e está cheio de fome, a vitória pode ser duvidosa. Se já almoçou bem, está na cara que são favas contadas. Afinal, o
resultado do seu saber tem dias ou fases. Há dias ou fases em que é meio
caminho andado e dias e fases que não dá para andar coisa nenhuma.
E que me diz a um bolo de chocolate delicioso feito por
um pasteleiro malandro em forma de cagalhotos de cão, ou figos de burro? Até lá
pôs um revestimento para lhe dar a cor exacta. Não há problema? Você sabe que é
chocolate e come como tal. Não come nada! Sabe que é chocolate, é doce, mas não
consegue desligar-se da ideia da trampa.
Essa de saber ser meio caminho andado é relativa. Às vezes
é, outras não é. E sabe porque falo nisto? Porque é um problema complicado o
saber não ser meio caminho andado, quando devia ser todo o caminho andado.
Pense no juiz que condena, no professor que avalia, no polícia que multa, no
árbitro que fiscaliza um jogo onde estão milhões em causa, no piloto do avião
que tem de decidir de repente numa emergência e por aí fora.
Faça como quiser, mas acho que devia acabar com essa
ideia. Saber não é sempre meio caminho andado—é só às vezes.
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O 'FLOP'
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Segundo o filósofo José Gil, a União Europeia é um flop: não está a construir uma nação europeia e, pelo contrário, está a aumentar a desunião dos países que a constituem. Alguém tem dúvidas sobre isto? Só patetas alegres (poetas ou não), gente que nunca fez nada na vida a não ser viver dos rendimentos, do diletantismo político "Praia do Vau" e de outros expedientes—às vezes pouco recomendáveis—é que as tem.
Cada vez se cava mais a distância entre o Norte e o Sul, cada vez se torna mais claro que a União europeia é uma organização onde se entra para colher frutos, não para semear solidariedade ou fraternidade. Como os fortes e ricos são fortes e ricos porque sempre foram sacanas, na União Europeia estão como peixe na água a "embrulhar" pacóvios pobres que são pobres porque sempre foram pacóvios.
O euro foi um erro tremendo, confiar na Alemanha um erro maior, burocratizar a organização até ao delírio manifestação de menoridade de mangas de alpaca medíocres, macaquear solidariedade sob a forma de usura uma pulhice.
Até prova em contrário, toda a negociação internacional tem implícita a participação, pelo menos, de um pulha, na maior parte dos casos dois pulhas, frequentemente—como acontece agora na União Europeia—muitos pulhas. Quantos mais são os pulhas, mais típica é a organização e, nesse aspecto, a União atingiu a perfeição.
A direita diz que os poderosos se estão a aproveitar da União para apoiar o pé na cabeça dos fracos, a esquerda diz outro tanto; e os diletantes bem pensantes acham tratar-se apenas de problema de forma, não de princípio. Como os diletantes bem pensantes estão na moda e são quem manda, caminhamos a passos largos para a maior desigualdade, igual a ruína de uns e prosperidade de outros. Assim começaram muitos conflitos que era suposto a União evitar.
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sábado, 24 de maio de 2014
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