Soares está em baixo de forma: hoje escreve um artigo de
opinião no "Diário de Notícias" apenas com 562 palavras. É pouco! Muito
pouco! Soares habituou-nos mal, a peças
de mil palavras e mais e, de supetão, reduziu a dose a metade, precisamente
no momento em que mais precisávamos dele.
É certo que, como referi em baixo, hoje acertou numa—a
vitória de Pirro do Tozé. Mas não fala sobre a viragem da Europa à esquerda, por
ele prometida ao longo de meses e hectolitros de tinta de imprensa, agora concretizada nas eleições para o
Parlamento Europeu.
Soares enferma de lapsos de memória selectivos e, por
razões que ninguém compreende, deixou de falar de François Hollande que tão bem
tem correspondido às expectativas nele
depositadas pelo senador candidato ao Panteão. A esquerda na Europa tem sido um
sucesso. Veja-se a Espanha, a Inglaterra e por aí fora, e os resultados dos
partidos socialistas, sociais-democratas e trabalhistas—um nunca acabar de
vitórias esmagadoras.
Mas Soares anda preocupado. Não com partidos, não com
eleições, não com Tozé, não com a eventual saída de Jesus do Benfica. Não
senhor. Soares anda preocupado com Cavaco Silva—tal e qual. Hoje escreve assim:
[...] O Presidente
da República está a pouco tempo de ainda poder resolver, em parte, o mal que
este Governo tem feito a Portugal e aos portugueses, só pensando nos mercados e
ignorando completamente as pessoas. E que o Presidente sempre protegeu. Porque
o tempo de Cavaco Silva para ter possibilidade de decidir é curto. Lembre-se de
que sairá muito mal da cena política, continuando ainda como Presidente, sem
ter poder para que possa ajudar ainda a salvá-lo, um pouco, das terríveis
consequências da política deste Governo. É preciso que o demita antes. Se o não
fizer, terá um péssimo fim. Quem o avisa, seu amigo é. [...]
.
Sem comentários:
Enviar um comentário