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O comportamento dos
animais deste vídeo resulta da incapacidade de reconhecer a própria imagem,
consequência de desenvolvimento incipiente da consciência. Mas nem todos os
animais são assim.
Gordon G. Gallup,
professor da Universidade de Tulane, na Luisiana, meteu dois chimpanzés em gaiolas onde colocava um grande espelho
durante oito horas por dia. Primeiro os bichos reagiam como se as suas imagens
fossem de outro chimpanzé, com agressividade mesmo; mas ao fim de alguns dias,
começavam a inspeccionar o interior da boca, a fazer caretas para o espelho e a
tirar ramelas do canto interno dos olhos.
Na fase seguinte, Gallup anestesiava os chimpanzés e pintava-lhes uma
sobrancelha e uma orelha com tinta vermelha, tinta que eles não tinham capacidade de cheirar ou
sentir. Postos perante o espelho, passavam o tempo a examinar a orelha e a
sobrancelha pintadas, olhando e palpando. Tinham adquirido consciência da sua
figura e existência.
Com macacos de cauda, mais pequenos, tal não acontecia.
Não era questão de necessidade de mais tempo para aprenderem a reconhecer-se,
mas incapacidade total de o conseguirem. Parecia claro que só as espécies
próximas de nós são capazes de adquirir um estado de consciência, ou perto
disso.
Em 1972, psicólogos do desenvolvimento começaram a fazer
ensaios semelhantes aos de Gallup com crianças e constataram que só pelos 18/24
meses elas começavam a reconhecer-se no espelho. Havia aprendizagem, mas
resultava em reconhecimento próprio.
Concluem os cientistas que animais como os chimpanzés e
os elefantes, eventualmente outros, são
diferentes, mais próximos de nós que dos outros ditos irracionais. E que
situações como o cativeiro e a utilização em experiências científicas invasivas
podem ser de todo inapropriadas. Serão seres que sofrem como nós, mesmo fora
dos períodos em que o sofrimento lhes é directamente infligido.
Matéria para considerar e reflectir.
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