Ouvimos diariamente falar do Produto Interno Bruto
(PIB), como a coisa mais importante da vida na nossa qualidade de peões de uma
sociedade moderna. O crescimento do PIB é o objectivo, o alvo, a estrela polar
da navegação dos governos. De tanto ouvir falar nele, o PIB já fede. Por isso,
e também porque é uma trampa e cheira mal como compete à trampa.
Não sou economista—graças a Deus!—mas sei que o aborto
foi desenvolvido na Inglaterra nos anos 40 do Século passado, sob a batuta do
agora famoso John Maynard Keynes, e impingido ao mundo, via ONU, por um janota da equipa de Keynes de sua graça
Richard Stone, apelido que apropriadamente significa pedra ou calhau.
Ainda o
Século não havia perecido e já o PIB, ou GNP como se diz em economês
internacional, se tinha tornado no padrão do estado económico das nações, o
índice que distingue o Céu do Inferno na Terra. A sigla GNP é para Gross
National Product e o adjectivo gross significa, muito apropriadamente, entre
outras coisas, disforme, desagradável, repugnante, grosseiro, rude, inaceitável
e coisas simpáticas do género.
O PIB é um aborto porque não mede o que tem valor para o
homem do fato cinzento, mas mede o que importa ao figurão do blazer azul
ferrete e gravata monocolor azul cueca, que cresce em razão directa do crescimento do PIB.
Não diz nada sobre o acesso à
assistência médica do cidadão esfarrapado, sobre o custo ambiental e social do
aumento da produção, sobre o desemprego, sobre o acesso à educação, sobre a
felicidade e bem estar de quem o consegue, e considera "bens" que, na
realidade, são "males", como o
fabrico de armas de guerra e a proliferação de advogados sem ética, verdadeira
praga do tempo contemporâneo.
O PIB é uma chaga da modernidade, cujo interesse é o
interesse dos ricos, principais beneficiários do seu crescimento. O PIB nasceu
para provar que nem todos os indicadores do progresso sabem indicar o
progresso.
MORRA O PIB. MORRA!... PIM!
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Em tempos, num post sobre a felicidade, citei Jigme Singye Wangchuck que, em 1970, ao ser coroado monarca absoluto do Butão, um dos países mais pobres do mundo, foi interrogado pelos jornalistas sobre os seus planos para aumentar o produto interno bruto. O rei declarou sem hesitar que estava mais interessado em aumentar a felicidade interna bruta.
Em tempos, num post sobre a felicidade, citei Jigme Singye Wangchuck que, em 1970, ao ser coroado monarca absoluto do Butão, um dos países mais pobres do mundo, foi interrogado pelos jornalistas sobre os seus planos para aumentar o produto interno bruto. O rei declarou sem hesitar que estava mais interessado em aumentar a felicidade interna bruta.
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